Visita de pesquisador argentino sinaliza ações em cooperação
O foco é na produção técnico-científica na área do amendoim e também contempla intercâmbio de estudantes
Dr. Ricardo Haro: proposta de parceria será levada à Reitoria da Universidade Católica de Córdoba (Foto: Homéro Ferreira)
Iniciados entendimentos sobre convênio de cooperação técnica entre os programas de Pós-graduação em Agronomia da Unoeste e da Universidade Católica de Córdoba, na Argentina. Na manhã desta quarta-feira (13), em visita à Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, intermedida pelo coordenador do programa Dr. Fabio Rafael Echer, o pesquisador argentino Dr. Ricardo Javier Haro tratou do assunto com o pró-reitor Dr. Adilson Eduardo Guelfi. A proposta do convênio nasce com foco na produção técnico-científica na área do amendoim e também contempla intercâmbio de estudantes em fluxo duplo.
Aspecto regional
A reunião ocorreu na sede da Fundação Oeste Paulista de Inovação (Fopi), instalada ao lado da Pró-reitoria de Pós-graduação, no campus 2, em Presidente Prudente. O Dr. Ricardo é um dos convidados palestrantes do 1º Simpósio Brasileiro do Amendoim que acontece nesta sexta-feira (15), junto com o 3º Dia do Amendoim da Unoeste. A conversa sobre o convênio fluiu bem e foi aberta com o visitante manifestando encantamento pelas instalações da Unoeste. O visitante também atua no Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), com o qual existe intercâmbio iniciado há cinco anos e pelo qual já recebeu cinco alunos da Unoeste. A relação com o Inta é mantida com o diretor Dr. Marcelo Javier Paytas.
Na conversa entre as partes ficou evidenciada que as pesquisas na área amendoim são importantes para os dois países, inclusive no aspecto regional. O Dr. Ricardo contou que a região de Córdoba concentra 95% da produção argentina de amendoim, onde estão instaladas indústrias de processamento de produtos para exportação. Cerca de 40% da produção agrícola ocorre através de empresas e cada uma delas possui o seu corpo técnico de engenheiros agrônomos. Os outros 60% são produzidos através de arrendamento. Na região de Prudente, no oeste paulista, a cultura do amendoim está sendo retomada depois dos tempos áureos no século anterior.
Dr. Fábio Echer, Dr. Adilson Guelfi e Dr. Ricardo Haro durante a reunião na Fopi (Foto: Homéro Ferreira)
Ambiente favorável
Conforme o Dr. Echer o recomeço ocorre em ambiente favorável à recuperação de cerca de 1 milhão de hectares de áreas degradadas, nas quais o amendoim entra na renovação de pastagens. O que tem motivado agricultores da região e atraído os de regiões produtoras de amendoim no estado de São Paulo que responde por 90% da produção nacional. A produção científica desenvolvida na Unoeste – que envolve parceiros de outras instituições de ensino superior, órgãos públicos e empresas – tem contribuído com a expressão regional do amendoim no setor do agronegócio. A expectativa é de que com o aumento de área plantada e da produção, ocorra o apelo às instalações de indústrias para proporcionar valor agregado ao grão.
O Dr. Adilson afirmou que a Unoeste é muito aberta a parcerias e destacou a qualidade da pesquisa que produz na área da agronomia, o que tem contribuído com o desenvolvimento regional através de novos conhecimentos; apropriados para os produtores. Disse que a Fopi existe para ajudar os pesquisadores a captação de mais recursos dos governos e da iniciativa privada; o que tem resultado no desenvolvimento de tecnologias utilizadas em vários estados brasileiros. Foi exposto na reunião que o amendoim é uma cultura de grande apelo, por suportar melhor o estresse hídrico em relação a outras culturas, e de cultivo muito rentável embora susceptível a problemas com plantas daninhas e fungos. Daí entra a importância das pesquisas aplicadas, que são os estudos com resultados práticos, oferecendo soluções específicas.
