27/11/2019

Visita a aldeia indígena resulta em exposição fotográfica em universidade

Atividade foi realizada pelo Núcleo de Viagens Acadêmicas, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unoeste; mostra pode ser vista até esta sexta (29)

Foto: Erika Foglia

Exposição retrata olhar dos alunos participantes durante visita

 

O Projeto Andarilho, do Núcleo de Viagens Acadêmicas do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unoeste, realizou recentemente mais uma viagem a São Paulo. A novidade desta vez foi a visita a aldeia Tekoa Pyau, localizada no Pico do Jaraguá, que resultou na exposição fotográfica “Jaraguá e Guarani: O indígena no contexto humano”, que está disponível para visitação até esta sexta-feira (29), no bloco B3, no campus II da universidade.

O conjunto de aldeias na região do Jaraguá, na capital paulista, reúne atualmente seis diferentes tribos Guaranis, somando quase 700 indígenas vivendo em uma área de 1,75 hectares. “Eles estão em uma área não demarcada e lutam há anos para alcançar esse direito. A exposição mostra uma dessas aldeias e a forma como essas pessoas mantém viva sua tradição mesmo na condição marginalizada em que vivem”, explica a professora responsável pela atividade, Korina Costa.

Ela conta que a visita à aldeia fez parte de uma viagem de quatro dias em que os alunos conheceram diversos pontos culturais e de interesse para seus estudos na cidade de São Paulo. “A ideia da aldeia surgiu no sentido de trocar experiências. Já que a cultura indígena é baseada nesse colaborativismo, uma das nossas alunas, a Juliana Barreto, entrou em contato com o pessoal da reserva, que nos recebeu super bem. Fizemos uma doação de roupas, campanha realizada pelos próprios acadêmicos, e eles nos retribuíram com dança, música e palestra falando sobre a causa indígena e a luta pela demarcação do território. A exposição retrata os diferentes olhares de cada um que esteve por lá. Foi enriquecedor e transformador, os alunos aproveitaram bastante e o choque cultural trouxe grandes benefícios para eles, com certeza”.

Para a aluna Juliana Barreto, do 8º termo, diretora da exposição e uma das idealizadoras da visita, o empenho em concretizar essa atividade vem um pouco da descendência indígena que ela possui em sua família. “Sempre tive essa vontade de resgatar a minha origem e a minha verdade em tudo o que eu faço. Sou de São Paulo e meu Trabalho de Conclusão de Curso [TCC], por exemplo, estou fazendo relacionado ao meu bairro de lá, o Guaianazes. Entro de cabeça em tudo o que me envolvo. Gosto muito da área de antropologia urbana e penso muito em levar a pesquisa sobre isso adiante, até mesmo em um mestrado”, salienta.

 

Projeto Andarilho

As atividades do Núcleo de Viagens Acadêmicas do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unoeste começaram em 2018. De lá para cá, diversas viagens foram realizadas com os alunos da Arquitetura e do Design de Interiores. Esta a São Paulo, que envolveu a visita à aldeia indígena, durou quatro dias e a programação foi bastante extensa. Além da experiência no Pico do Jaraguá, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer diversos espaços da capital com o intuito de análise e aprendizado sobre a cultura e arquitetura dos locais, como um passeio pela Casa Modernista, Casa das Rosas, Bienal de Arquitetura, Casa de Vidro, Capelo do Morumbi, Beco do Batman, entre diversos outros destinos.

De acordo com Korina, algumas viagens já estão programadas para 2020. Dentre elas, já há a previsão de participação da graduação no Congresso Internacional de Arquitetura do Rio de Janeiro, que será realizado no meio do ano, pela primeira vez no Brasil. “Antes disso, em parceria com a professora Fabrícia Dias, da disciplina de Arquitetura Contemporânea Brasileira, que trata dos assuntos de patrimônio, faremos uma viagem a Londrina, no Paraná, especificamente para conhecer o patrimônio moderno da cidade. Muita coisa está por vir ainda dentro do Projeto Andarilho. Os alunos adoram e a participação deles é sempre muito disputada”, revela.


Legenda: Exposição retrata olhar dos alunos participantes durante visita
Créditos: Erika Foglia