Usafas e pacientes são favorecidos com Faculdade de Medicina
Humanização e maior interação com a comunidade estão entre as contribuições
Acolhimento realizado na Usafa Vila Rã por alunos da Medicina Unoeste (Foto: Mariana Tavares)
Humanização na medicina e atendimento global do paciente são alguns estímulos proporcionados pelo Programa de Aproximação Progressiva à Prática (Papp), da Faculdade de Medicina da Unoeste. Desde o 1º termo do curso, os alunos são inseridos na realidade local por meio de ações nas Unidades de Saúde da Família (Usafas) de Guarujá. Uma das contribuições mencionadas pela enfermeira gerente da Vila Rã, Elaine de Sousa Costa Satelis, é a interação com a comunidade e o olhar humanitário.
“A presença dos alunos e professores tem contribuído de forma significativa. Estamos interagindo bastante com a população e conseguindo resgatar aquele olhar mais voltado ao paciente como um todo que tínhamos antes da pandemia. Com isso estamos conseguindo trazer mais a comunidade para dentro da unidade novamente”, comenta a enfermeira. Ela lembra que no primeiro semestre deste ano, alunos do 1º termo fizeram um mapa epidemiológico que mostra, por exemplo, quantas gestantes têm em cada rua que abrange a Usafa Vila Rã.
Outro ponto destacado pela gerente da Usafa é a troca de conhecimentos, pois, segundo ela, com a correria da rotina da equipe algumas situações passam despercebidas. “Os estudantes também sugeriram um projeto de acolhimento, resgatando o olhar diferenciado para a comunidade. A equipe tem aproveitado bem esse contato e parceria. Ficamos quase dois anos muito focados na doença, na patologia. Mas a atenção básica é preventiva, então estamos retornando o trabalho de prevenção. Tem a troca de experiência com os agentes de saúde que fazem muitas visitas com os alunos para conhecerem o território. Enfim, tem sido muito bacana”, finaliza.
Thaiany Ferreira da Silva, 23 anos, aluna que está indo para o 6º termo, destaca que as atividades práticas nas unidades de saúde colocam o estudante em contato direto com a realidade. “Em sala de aula ficamos distantes do que realmente acontece no dia a dia de uma equipe de saúde. Então o Papp nos coloca em contato com todos profissionais da Usafa, como enfermeiros, médicos e outros. Também podemos acompanhar atendimentos, contribuir com a equipe e fazer visitas domiciliares a pacientes. Aplicamos na prática o que aprendemos na teoria e muito mais do que isso, pois existem coisas que eu vi na prática e ainda não vi na teoria, por exemplo. Quando vejo aquilo em sala de aula sinto que a aprendizagem fica mais fácil e prazerosa”.
Entrega do Mapa Epidemiológico para a Usafa Santa Rosa, com a professora Yasmin (Foto: Mariana Tavares)
Na Usafa Santa Rosa, alunos que estavam no 1º termo também montaram um Mapa Epidemiológico para a região atendida. A professora responsável pela atividade, Yasmin Duarte, explica que durante o primeiro semestre deste ano os estudantes planejaram a execução do mapa, buscaram todas as fragilidades do território e a epidemiologia. “Verificamos pacientes gestantes, hipertensos, acamados, diabéticos, entre outros. Eles fizeram uma legenda e cada comorbidade foi nomeada com uma cor e pontuaram na área de abrangência onde estão estes pacientes. Para a realização desse mapeamento, eles contaram com os agentes de saúde, o que fortalece o trabalho em equipe”, explica.
A professora do Papp e enfermeira Hercília Faria Estrado Macedo explica que com a turma do 5º termo, por exemplo, é realizada a discussão de casos clínicos na Usafa, bem como a triagem, o acolhimento e a visita domiciliar com o médico preceptor da unidade. “Fazemos a divisão por equipes. Eu fico na unidade com as turmas que realizam a triagem e o acolhimento, e outra equipe sai para visita domiciliar com o médico. Aqui são atendidos pacientes diabéticos, gestantes, da pediatria, entre outros. No fim do período nos reunimos para encerrar com uma discussão de tudo o que vivenciamos naquele dia”, comenta.
O professor Everton Lopes Rodrigues, responsável pelo Papp da Medicina Guarujá, destaca que as ações realizadas pelo programa desde 2019 vêm contribuindo para o desenvolvimento do município, bem como fortalecem o conceito de cidadania na relação ensino, serviço e comunidade. “A percepção dos estudantes, enquanto futuros médicos, sobre a responsabilidade social e a crítica sobre o comportamento do indivíduo enquanto cidadão são marcantes no decorrer da expedição do Papp”, ressalta.
