02/10/2023

Tese de excelência é defendida em avaliação internacional

Escala de Autoeficácia de Realização Médica desenvolvida por pesquisadora da Turquia é adaptada no Brasil

Dr. Sidinei, Dr. Felipe, Dra. Camélia, Rebeca e Carmem; e na tela a Dra. Sevgi, Dr. Leonardo e Dr. José Aloyseo (Foto Homéro Ferreira)

 

Mais de 11 mil Km separam Brasil e Turquia, mas a distância encurtada pela tecnologia contribui para um feito histórico do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unoeste: tese de excelência avaliada por banca internacional. A primeira conquista da pesquisa que resultou na tese foi obter a autorização para adaptar escala de autoeficácia, desenvolvida por pesquisadora da Turquia, ao ensino médico brasileiro. Não bastasse, remotamente a autora compôs a banca examinadora do estudo desenvolvido pela médica Rebeca Carvalho Bressa, em defesa pública na manhã desta sexta-feira (29).

A avaliação de caráter internacional colocou em relevo a internacionalização do programa coordenado pela Dra. Camélia Santina Murgo, orientadora da pesquisa que resultou na tese “Autoeficácia Acadêmica, motivação e autorregulação da aprendizagem no desenvolvimento de competências profissionais na formação médica”. A arguição inicial foi da Dra. Sevgi Turan, da Hacettepe University, de Ancara, na Turquia, que elogiou o estudo, fez apontamentos e sugestões; assim como os demais avaliadores.

Quatro estudos

Na sequência ocorreram as exposições de argumentos do Dr. José Aloyseo Benuzeck, da Universidade Estadual de Londrina (UEL); Dr. Leonardo de Oliveira Barros; da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Dr. Sidinei de Oliveira Sousa e Dr. Felipe Viegas Rodrigues, pesquisadores vinculados à Unoeste. Como de praxe, a avaliação foi precedida pela apresentação da autora da pesquisa e da tese desenvolvida em quatro estudos, sendo dois de revisão sistemática e os outros dois de adaptação e validação da escala.

O estudo 1 foi sobre autoeficácia em educação baseada em competências nas ciências da saúde, com o objetivo de avaliar as evidências científicas existentes sobre as relações da autoeficácia acadêmica e a educação baseada em competências nas ciências da saúde. O estudo 2 versou sobre a autoficácia do discente de medicina e competência clínica, com a finalidade de avaliar evidências científicas existentes sobre as relações da autoeficácia acadêmica de estudantes de medicina e as competências curriculares.

Breve histórico

O estudo 3 discorreu sobre a adaptação transcultural de estados psicossomáticos iniciada MASS, a Escala de Autoeficácia e Realização Médica, com o objetivo de adaptá-la para o contexto brasileiro. No estudo 4 o foco foi a autoeficácia acadêmica, motivação e autorregulação da aprendizagem no desenvolvimento de competências médicas: correlação entre os constructos; com o objetivo de verificar as relações entre autoeficiência acadêmica, motivação e autorregulação da aprendizagem em estudantes de medicina, consideradas algumas variáveis sociodemográficas.   

Mestre em Educação pela Unoeste, onde leciona na Faculdade de Medicina, a médica Rebeca iniciou a sua apresentação contando que começou o doutorado em 2020, considerando que havia muitas questões após o mestrado sobre a crença do aluno no currículo médico. Então, juntamente com a orientadora, decidiram procurar alguma escala de autossuficiência que permitisse analisar o desenvolvimento desse aluno. Durante a revisão bibliográfica foi encontrado o Medical Achievement Self-efficacy Scale, da Dra. Sevgi Turan.

Rigor metodológico

Foi feito o contato com o pedido de autorização para adaptar a escala. Além da permissão, teve início a caminhada que chegou até aqui e que a Dra. Camélia espera que tenha sequência, ao convidá-la para estudos em parceria.  A Dra. Sevgi Turan abriu sua fala comentando sobre a honra de fazer parte do comitê de avaliação da tese, em sua primeira vez atendendo o convite de uma universidade brasileira. Destacou o comprometimento da médica Rebeca com a pesquisa, citando o rigor e a integridade ética.

A fala da avaliadora internacional, na língua inglesa, foi traduzida por Carmem Silvia Lima, egressa do mestrado em Educação na Unoeste, doutoranda no campus da Unesp em Presidente Prudente e membro do Grupo de Estudos sobre Processos de Subjetividade no Contexto Escolar (GEPSCE), do qual a Dra. Camélia é líder e alguns membros também estiveram presentes na banca de defesa pública. A Dra. Sevgi Turan disse que o estudo em avaliação foi conduzido com rigor metodológico e solidez científica.

Excelentes resultados

Para a avaliadora estrangeira, o estudo traz uma contribuição significativa para o campo da educação médica, com resultados que corroboram estudos teóricos existentes. Sua fala foi concluída com elogios à médica Rebeca e à Dra. Camélia. O Dr. José Aloyseo disse que o estudo chegou a excelentes resultados e indicou alguns estudos posteriores, comentando que o ponto principal foi combinar o ensino médico com a psicologia educacional. Para o Dr. Leonardo, o estudo representa uma contribuição para a medicina do Brasil.

O Dr. Sidinei elogiou a capacidade em pesquisa e a contribuição com a educação médica, ao dizer que a médica Rebeca tem o perfil para o quadro docente do Programa de Pós-graduação em Educação. O Dr. Felipe comentou sobre a satisfação de participar da banca internacional, citando ser esse fato um diferencial muito importante. Disse que a tese tem um texto cuidadoso e criterioso. A banca foi finalizada com agradecimentos, trocas de elogios e a aprovação da tese de excelência para receber o título de Doutora em Educação.

Dentre os presentes, estiveram a família da médica Rebeca, incluindo seu pai José Artur Linhares de Carvalho, engenheiro civil radicado em Manaus que viajou a Prudente para prestigiar a filha em momento tão importante. Pai e filha são cearenses. O marido de Rebeca também esteve presente; o médico José Antônio Nascimento Bressa.


Legenda: Dr. Sidinei, Dr. Felipe, Dra. Camélia, Rebeca e Carmem; e na tela a Dra. Sevgi, Dr. Leonardo e Dr. José Aloyseo
Créditos: Homéro Ferreira