Talentos da Fipp agrada e empresa recruta novos estagiários
Vericode contratou 4 novos estagiários em processo de seleção que envolveu quase 140 candidatos; projeto permite recrutamento para que estudantes vivam experiências de mercado na área
Novos estagiários são alunos da Fipp e receberam ontem seus kits de trabalho para iniciaram as atividades dentro da empresa (Foto: Ector Gervasoni)
Considerado pioneiro no oeste paulista, o projeto Talentos da Faculdade de Informática (Fipp) da Unoeste tem colocado empresas em contato direto com estudantes da área desde novembro de 2021. O que vai de encontro com a proposta em recrutar estudantes para que tenham experiências de mercado e possam levar inovações tecnológicas para dentro dessas organizações. Hoje, são duas empresas em pleno funcionamento dentro da universidade, por meio desse projeto. São elas: a Security, empresa que trabalha com segurança patrimonial, serviços e facilities, e a Vericode, especialista em computação de alto desenvolvimento de software e que tem como potencial cliente, dentre outros, a B3 (Bolsa de Valores).
Nesta segunda-feira (08), a Vericode que já iniciou seu segundo ciclo de funcionamento dentro da universidade neste ano deu às boas-vindas aos quatro novos estagiários contratados para trabalhar no local. São eles: Beatriz Araújo de Oliveira, 26 anos, estudante do 5º termo do curso Bacharelado em Sistemas de Informação (BSI); Maria Carolina Nascimento de Souza Cordeiro, 25 anos, estudante de Bacharelado em Engenharia de Software EAD; Andressa Felisberto Ferreira Diniz, 18 anos, matriculada no 1º termo de BSI; e João Manuel Oliveira Pereira, 17 anos, aluno do 1º termo de Bacharel em Ciência da Computação (BCC).
No evento simbólico de recepção, eles receberam seus kits de trabalho e já iniciaram as atividades. São estudantes que desbancaram quase 140 candidatos à vaga – quantidade de currículos que a empresa recebeu no processo de seleção que culminou nessa leva de contratações. “Esse projeto é extremamente importante porque demonstra para o aluno, para quem está chegando agora e para os pais que normalmente bancam o curso, que seus filhos não precisam se formar, colocar o diploma debaixo do braço e sair em busca de oportunidades de mercado. As próprias empresas estão dentro do campus já observando nossos alunos. É uma iniciativa pioneira na região. Existem projetos dessa natureza somente na USP e Unicamp, mas talvez nem nesses moldes que temos aqui”, antecipou o coordenador do curso de Ciência da Computação da Fipp, Emerson Silas Dória.
Atualmente a Fipp tem três espaços destinados a empresas, sendo que dois estão ocupados atualmente. Elas fazem um contrato com a universidade por 12 meses, podendo esse mesmo contrato ser renovado. Foi o que já aconteceu com a Security e a Vericode, que optaram pela renovação. Com isso, essas empresas garantem gratuidade na locação do espaço mediante contrapartida de investimento nos alunos. São R$ 60 mil/ano, sendo esse valor diluído entre quatro, cinco ou até seis bolsas de estágios reservadas exclusivamente aos alunos da Fipp.
Emerson lembra que a Vcom, uma outra empresa especializada em soluções no segmento de cobranças e operações de créditos, também já funcionou no local, contribuindo para o ingresso de estudantes no mercado de trabalho. “Recentemente terminou o contrato dessa empresa e ela não renovou conosco. Então estamos com uma sala, com espaço disponível para uma outra empresa, e estamos em tratativas para que esse espaço possa ser ocupado em breve”, completou. Significa que novas contratações poderão surgir a partir daí.
Para o diretor da Faculdade de Informática, Moacir Del Trejo, essa integração “empresa-escola” contribuí em vários aspectos, inclusive impede a evasão que é comum em faculdades onde as ciências exatas se sobressaem. “É preciso lembrar que a Fipp já tem uma proximidade com o mercado e com as empresas regionais, e essa oportunidade do projeto Talentos apareceu com empresas vindas de São Paulo, fator que diferencia o que já tínhamos aqui na região, até porque trabalhar para empresas de São Paulo é um pouco diferente. Quando recrutam nossos alunos desde o primeiro ano da faculdade, criando a oportunidade deles trabalharem para players de mercado lá de São Paulo, essas empresas contribuem muito no aprendizado deles. O que repercute de forma positiva entre os colegas da faculdade. É você pegar o ‘camarada’ no começo e introduzi-lo nos meandros de tal forma que se entusiasmem e não desistam da formação. Enfim, é a sedimentação da universidade e mercado, e gente tem cumprido bem esse papel de extensão”, acredita.
Vericode
O sócio-diretor da Vericode, Juliano Carlos Videira, lembra que nesse processo seletivo que culminou com a escolha dos quatro novo estagiários, 138 alunos concorreram as quatro vagas. E os novos estagiários vão compor a equipe que hoje é formada por 11 profissionais, entre outro estagiários e trainees. “Pra fazer esse projeto, a gente conversou bastante com o diretor e coordenadores das faculdades e a gente identificou que tinha um gap, a galera começava a faculdade mas não terminava, ou desanimava, enfim. Viemos pra mostrar os desafios de mercado e com a boa formação possibilitada pela Fipp, há uma maturação desses futuros profissionais de forma mais rápida. A gente consegue moldá-los, treiná-los mais rápido, e a tendência é que eles sejam efetivados muito antes do período de estágio que é de dois anos”.
Estagiários da Vericode junto com o sócio proprietário Juliano Videira, o diretor da Fipp Moacir Del Trejo, e o coordenador do curso BCC, Emerson Dória (Foto: Ector Gervasoni)
Foi exatamente o que aconteceu no primeiro ciclo com o estudante José Paulo Lobo Saturnino, de 22 anos. Ele está no último ano de Ciência da Computação. Entrou para estagiar na Vericode em janeiro do ano passado, mas em dezembro já recebeu a notícia de que se tornaria trainee – ou seja, funcionário contratado no regime CLT dentro da empresa. “É muito bom saber que todo esforço que eu tive foi recompensador. Hoje estou aqui, consegui uma vaga, deu tudo certo. É o que falo sempre: ter uma horinha de dedicação e foco nos estudos é muito importante porque aquilo vira hábito. Você cria uma rotina, seu tipo de pensamento muda e você acaba procurando novas possibilidades. E quando elas surgem, você está preparado pra agarrá-las”, comentou o jovem, revelando sua dinâmica aos alunos que buscam por um estágio na área.
Novos estagiários
Um das novas estagiária da Vericode, a Beatriz de Oliveira, conta que recebeu com satisfação a notícia de que era uma das aprovadas no processo de recrutamento. “Esse momento pra mim foi a realização de um sonho. Quando estamos na universidade, a gente sempre espera alcançar a chance de estar numa empresa grande. Eu confesso que não esperava que isso fosse acontecer tão cedo. Mas a oportunidade surgiu, fui contemplada e a sensação é maravilhosa. Quero, primeiramente, aprender muito, mostrar todo meu empenho, contribuir ao máximo com a empresa, auxiliar no que for preciso, inovar e sempre acompanhar o ritmo da empresa”, disse entusiasmada.
A outra estagiária contratada, estudante do curso Engenharia de Software EAD, compartilha da mesma opinião. E desistência, garante ela, nunca foi uma palavra dentro de seu vocabulário. “Foi a segunda vez que eu tentei. No ano passado eu já tinha tentado mas não passei da primeira fase. Não desanimei. Passei o ano me dedicando e não desisti porque era uma empresa que eu queria muito entrar. Tentar novamente esse ano e foi desafiador, uma sensação de adrenalina enorme e conseguir é uma vitória muito grande. A partir de agora é só dedicação, estudo e crescer dentro da empresa, conclui Maria Carolina.
