21/11/2019

Simpósio abre caminho para pacote tecnológico sobre pitaya

Evento sediado na Unoeste atrai produtores do sul ao nordeste do país, superando as expectativas da organização

Foto: João Paulo Barbosa

Dr. Dejalmo Prestes falou sobre cultivo de pitaya e viabilidade econômica

 

Sediado em Presidente Prudente e realizado pela Unoeste e parceiros, o 1º Simpósio de Pitaya atrai participantes do sul ao nordeste do Brasil. Na condição de exótica, a fruta tem despertado a paixão de colecionadores. Porém, o grande impacto está na demanda de apreciadores, com o consumo gerando demanda por aumento de produção. Com isso, o preço é bom e estimula os produtores.

Em média, quem produz comercializa a R$ 10 o kg. Para o consumidor final, na gondola do supermercado, essa quantidade chega a R$ 30. Geograficamente, a produção ocorre de maneira pulverizada e a colheita chega a 20 toneladas por hectare, mas pode dobrar se for desenvolvido um pacote tecnológico para essa cultura, conforme o engenheiro agrônomo Dr. Dejalmo Nolasco Prestes.

O pesquisador vinculado à Universidade Federal de Pelotas, que fez a primeira palestra do simpósio, disse que a produção se espalha por diversas regiões do país. Citou dois polos produtores que se destacam: Turvo, em Santa Catarina; e Tomé-Açu, no Pará. O estado de São Paulo é o maior produtor brasileiro, com produção em todas as suas regiões. A de Presidente Prudente é a que concentra a maior produção regional.

Conforme o Dr. Nobuyoshi Narita, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) em Prudente, a produção regional prudentina chega a 250 toneladas por ano, com área plantada estimada entre 15 e 20 hectares. A produção de até 30 toneladas por hectare oferece renda bruta superior a R$ 300 mil. Ao comentar que poucas culturas rendem isso, disse que o preço é atrativo e a demanda tem aumentado.

Ao considerar como baixa a produção científica sobre Pitaya, o Dr. José Eduardo Creste, pesquisador no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia e Pró-reitor acadêmico da Unoeste, entende o simpósio como contribuição à necessidade de desenvolver um pacote tecnológico para dar suporte aos produtores, com focos na qualidade e na produtividade.

O engenheiro civil e mestre em educação, diretor financeiro do Instituto Libera Limes, em Campo Grande (MS), Antonio José Dal Moro é um colecionador de variedades de pitaya e proferiu a segunda palestra do simpósio na manhã desta quinta-feira (21) no salão do Limoeiro, no campus II da Unoeste. Através do uso das redes sociais, tem obtido dados que o levam a afirmar estar havendo o crescimento de consumo no mundo.

O produtor paranaense Gerson Soares Sena, de Apucarana (PR), cultiva pitaya em 1 hectare, colhe em média 400 kg por semana e vende em parte de seu estado e também em algumas cidades de Santa Catarina, até Florianópolis. Seus clientes são donos de casas de sucos, industrialização de polpa, quitandas e consumidores em geral. Tem encontrado bons resultados econômicos e acredita que irá melhorar após o simpósio.

“Todos aqui, com certeza, vão sair em condições de melhorar o cultivo. Obtivemos ótimas informações dos palestrantes e trocamos conversas entre os participantes. Estamos bem animados. Iremos melhorar a qualidade do produto, o que é fundamental”, comentou Sena. Para Narita, o evento tem a importância da troca de informações entre os produtores de diversas regiões do país.

Creste entende que a região de Prudente tem uma potencialidade em fruticultura que chega a ser impressionante e a pitaya tem condições de gerar renda, emprego e desenvolvimento, mas para isso é preciso que seja desenvolvido um pacote tecnológico que dê consistência ao produtor e que a Unoeste está contribuindo para que isso realmente aconteça.

O professor Dr. Willian Takata, um dos organizadores do simpósio que ocorre até essa sexta-feira (22), contou que a ideia surgiu diante da constatação da falta de informação para o produtor melhorar a cultura de pitaya que na região é praticada em Narandiba, Álvares Machado, Presidente Prudente e Presidente Epitácio. A proposta do debate é contribuir com os produtores da região e do país inteiro

Ao dizer que a participação está sendo além da expectativa, Takata conta que a proposta do simpósio foi construída junto ao Centro de Estudos em Olericultura e Fruticultura do Oeste Paulista (Ceofop), que tem como líder o Dr. André Ricardo Zeist, pesquisador vinculado ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Agronomia da Unoeste, que oferta mestrado e doutorado.

A Apta é parceira da Unoeste nesta realização, que tem o apoio
da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo. Toda programação está sendo desenvolvida no Salão do Limoeiro. O encerramento será com a 2ª Rodada de Negócios da Unoeste, organizada pelo Dr. Alexandre Godinho Bertoncello, com as participações de estudantes de Agronomia, fornecedores, produtores e compradores.

Na cerimônia de abertura estiveram na composição da mesa: Creste, em nome da Unoeste; e representantes de instituições envolvidas como a diretora do Polo Alta Sorocabana da Apta, Amarilis Beraldo Ross; Tomio Katsuragawa, representando a Bunkyo; Angela Vacaro de Souza, representando a SBF, e o diretor técnico da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável de Prudente (CRDS) Marco Aurélio Fernandes.


Legenda: Dr. Dejalmo Prestes falou sobre cultivo de pitaya e viabilidade econômica
Créditos: João Paulo Barbosa