04/05/2020

Secretário da Agricultura fala sobre agronegócio na pandemia

Gustavo Junqueira esteve com professor e egressos da Unoeste em live no Youtube da Unoeste e abordou as "Práticas do Empresário Rural e Gestão do Negócio"

Foto: Divulgação

Secretário da Agricultura do estado em bate-papo com professor e ex-alunos da Unoeste

 

“O setor do agro é fundamental e essencial, principalmente neste momento em que estamos enfrentando essa pandemia, é uma área que não pode deixar de funcionar”. Foi com essa frase que o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, começou sua fala em uma live que abordou as “Práticas do Empresário Rural e Gestão do Negócio”, no canal da Unoeste no Youtube. Ao lado do professor José Luis de Lima Astolphi e dos egressos Saile Farias e César Augusto Farias, irmãos e criadores do Instagram Jovens do Agro, que já somam mais de 26 mil seguidores, os participantes tiveram um bate-papo bem interativo com o público na tarde da última quinta-feira (30).

De acordo com o secretário, o agro é o setor mais privado da economia brasileira, o que significa que o estado tem uma presença bastante reduzida neste contexto. “O agro é uma demonstração do que se pode fazer em se tratando de política liberal no Brasil. Desde 1990, quando o então presidente Collor acabou com uma série de estatais e burocracias que existiam, o setor veio se transformando cada vez mais na busca de se desenvolver e inovar criando assim competitividade. A principal política é manter esse setor desregulamentado onde o setor privado tem o protagonismo”, fala.

Junqueira salienta que com o cenário de pandemia atual existem algumas preocupações dentro da Secretaria de Agricultura e que tem sido feito um trabalho mais intenso nesse sentido. Uma delas é sobre o pequeno produtor, que possui uma rede de proteção pequena e em um cenário como este é o que mais sofre. “Ele vende o seu produto no dia a dia, não tem contrato de fornecimento, não tem padronização e nem capacidade de renegociação da sua produção no momento em que aparece essa ruptura nas cadeias produtivas. É importante integrar e caracterizar todos esses pequenos produtores em um programa onde o objetivo seja profissionalizá-los”.

Hoje, com as tecnologias agronômicas, zootécnicas e todas as demais que estão ligadas à atividade agropecuária, o secretário diz que a maioria das empresas está relativamente controlada. “Porém, principalmente para os pequenos, falta gestão, seja ela financeira, de contratos, de pessoas, de comercialização e de risco. Ou seja, à medida que esses produtores tenham uma visão mais horizontalizada de seu negócio, será isso que de fato vai controlar essa ruptura. As políticas seguem nesta linha, de levar gestão para o pequeno e médio produtor para que ele possa aumentar sua renda”, explica.

O professor e coordenador do curso de Agronegócio da Unoeste, José Luis de Lima Astolphi, levantou uma questão interessante durante a live com o secretário sobre a modernidade de equipamentos do setor, com drones, internet nas propriedades e diversas outras características atuais no agronegócio e questionou os convidados sobre o que o estudante e futuro profissional precisa ter para enfrentar todos os desafios que estão por fim.

A egressa da Unoeste Saile Farias acredita que é importante que sejam formadas novas lideranças e jovens que assumem responsabilidades estejam à frente das propriedades. “Precisamos mudar a visão desses jovens em relação à busca não de um emprego apenas, mas, sim, de um trabalho como um todo. Para sermos bem remunerados, precisamos ter a capacidade de solucionar problemas. É preciso trabalhar as capacidades de inovação e de puxar para si a responsabilidade e ter ideia até mesmo na utilização de tecnologias de ponta para se fazer um básico bem feito, por exemplo. O mercado busca este profissional proativo!”, diz.

Por fim, o secretário comentou sobre os protocolos de prevenção ao coronavírus dentro das fazendas, que diferentemente das empresas e agroindústrias, o produtor rural, principalmente o pequeno, possui poucos funcionários. “Por exemplo, se em uma família que trabalha o marido, a esposa e os dois filhos e um deles é acometido com o vírus, já se perde 25% da capacidade operacional daquela fazenda. Ali não existe redundância, não há como contratar um temporário. Então, esse é um risco muito grande para a atividade agropecuária caso atinja essa população menor. Só se protege tendo atenção aos protocolos de higiene e convivência. A maioria das empresas maiores está preparada e capacitada para seguirem esses protocolos. Estou muito impressionado com as empresas do agro que possuem protocolos internos admiráveis de nível internacional”, finaliza.

Para acompanhar o bate-papo na íntegra, acesse o canal da Unoeste no Youtube. Esta e diversas outras lives realizadas estão na playlist “Em casa com + conteúdo!”.


Legenda: Secretário da Agricultura do estado em bate-papo com professor e ex-alunos da Unoeste
Créditos: Divulgação