Saudades e gratidão marcam missa em memória de Dona Ana
Celebração do sétimo dia ocorreu na capela do campus 2 de Prudente e reuniu familiares e colaboradores da Unoeste
Missa do sétimo dia foi realizada na Capela Nossa Senhora Aparecida que fica no campus 2 da Unoeste, em Prudente (Foto: Ector Gervasoni)
Os sentimentos de saudade, boas lembranças e gratidão por tanto que ela fez em vida, nortearam a missa de sétimo dia da fundadora da Unoeste Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, que morreu na última quinta-feira (10) aos 92 anos de idade. A celebração foi realizada na noite de ontem (16) na Capela Nossa Senhora Aparecida, que fica no campus 2, em Presidente Prudente. Conduzida pelo padre Thiago Calçado, da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, de Mirante do Paranapanema, a missa em memória de Dona Ana recordou inclusive o lema que a educadora carregou por toda uma vida: “Aproveite o bom de cada pessoa”.
Entre os familiares presentes, participaram os filhos Ana Cristina de Oliveira Lima (reitora da Unoeste) e Paulo César de Oliveira Lima, além do neto Gabriel de Oliveira Lima Carapeba. Gestores e colaboradores da Unoeste também acompanharam a missa que teve ainda participação especial do Grupo Divano, que na sua atual composição conta com as presenças dos professores da Unoeste Everton Tomiazzi (Escola de Comunicação e Estratégias Digitais, Música EAD, Design, Design de Interiores EAD) e Kelly Nogueira Marques (Música EAD). O grupo cantou músicas sacras, interpretando canções que iam de “Jesus Alegria dos Homens”, de J. S. Bach, a “Cantate Domino”, de G.F. Haendel, tornando o momento ainda mais especial.
Além da homilia e da oração da eucaristia em memória de Dona Ana, um dos momentos mais emocionantes foi quando o neto falou a todos os presentes em nome da Família Oliveira Lima. Em relação a avó, fez questão de dizer que apenas os sentimentos bons serão lembrados. “Eu não preciso aqui ficar falando dela porque todos que aqui estão a conheciam. Todos que aqui estão sabiam de tudo aquilo que ela era. É preciso falar aqui de cada um de nós, que estamos com uma sensação, um sentimento de gratidão enorme de tudo aquilo que ela representou, de tudo aquilo que ela representa”, frisou, agradecendo ainda ao padre Thiago Calçado, o qual revelou também ser professor da Unoeste [da Faculdade de Medicina], destacando sua formação em Filosofia e os títulos de mestrado e doutorado.
“Tenho certeza que a Dona Ana ficaria extremamente feliz com isso, de saber, que pessoas de bem, de coração bom, que tem Cristo como seu principal propósito, também atingem sabedoria máxima da escola, podendo lecionar, que era aquilo que ela tanto fez porque amava. Só o sentimento de gratidão”, completou ele. O padre Thiago Calçado agradeceu o convite da família para o momento que segundo ele não é de tristeza, mas de esperança e de cultuar boas lembranças da mulher mãe, avó, bisavó e empreendedora que ajudou a construir a maior universidade da região de Prudente, e que hoje também está inserida nas regiões de Jaú e Guarujá.
“Pra nós que acreditamos na ressurreição de Jesus, a morte nunca é o ponto final da nossa história. É apenas uma vírgula. A Dona Ana continua viva no nosso meio. Agora, não com a presença física, mas uma presença espiritual, alimentando esperança, alimentando sonhos, principalmente alimentando a transformação do mundo por meio da Educação. Pra Deus, quem planta sabedoria tem um lugar especial no céu, porque deixa aqui aquilo que é o mais importante: o conhecimento do amor, o conhecimento da Justiça, o conhecimento da caridade. Coisas que a Dona Ana encarnou na sua vida. Então celebrar a sua memória é celebrar sua presença viva no coração de cada estudante, de cada professor, de cada colaborador da Unoeste”, enalteceu.
Celebração foi toda conduzida pelo padre Thiago Calçado, da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus de Mirante do Paranapanema (Foto: Ector Gervasoni)
Boas histórias
O professor da Unoeste Everton Tomiazzi, que faz parte do Grupo Divano e tocou piano durante a celebração, fez questão de destacar a gratidão que tem pela instituição onde hoje leciona em quatro cursos e ainda estuda Odontologia onde é aluno do 4º termo. “A Unoeste é minha casa de formação, de profissão. Eu tenho um carinho muito grande pela Dona Ana e uma curiosidade também, dela e do professor Agripino. Na inauguração do campus 3, quando o Grupo Divano se apresentou com a ópera cênica Maior Amor, ela chegou até a gente e falou assim: ‘-olha, eu queria ouvir vocês cantando Aleluia de Haendel’. E pra nós foi uma surpresa muito grande porque sem comunicação essa música já estava no nosso repertório. E quando a gente disse a ela que já estava no repertório, os olhos dela brilharam. Tanto os dela, como os do professor Agripino. Era uma música que eles admiravam muito.”, revelou ele, em tom de gratidão à família por todo o amparo educacional em 20 anos de relação com a Unoeste.
Professora da Unoeste há 7 anos, a musicista Kelly Marques também se emocionou ao participar da missa de sétimo dia em memória de Dona Ana. Ela também falou da relação dela com a instituição. “A minha família tem uma história aqui na Unoeste. Meu pai trabalhou há 25 anos aqui e tinha um contato muito próximo com a Dona, com o seo Agripino. Pra mim é só continuidade de poder estar aqui e de emoção, de poder participar. Até falei para o Dr. Gabriel que participar desse momento é o maior prazer porque sempre tive a Dona Ana como referência. Uma grande educadora que fez tanta diferença na cidade e que pela Unoeste transformou tantas vidas pela Educação”.
Exemplo e legado que ficam!
Ao término da celebração, cada convidado recebeu um santinho que trazia a imagem, o legado e a história da mulher guerreira e empreendedora que foi criada numa família de quatro irmãos. Dona Ana nasceu em Gália (SP) no dia 13 de março de 1930 e se tornou professora em 1950. Começou a dar aulas em fevereiro de 1951. Dois anos depois, em1953, se casou com Agripino de Oliveira Lima Filho, com quem teve quatro filhos: Augusto Cesar, Ana Cristina, Maria Regina e Paulo César.
Os filhos lhe deram 13 netos e seis bisnetos. Como empreendedora, foi uma das fundadoras da Unoeste, ocupando o cargo de reitora da instituição até 2015. Também atuou no cenário político de Presidente Prudente, sendo vereadora de 2001 a 2004. Deixa como principal legado a formação de mais de 120 mil profissionais em 50 anos de Unoeste.
