22/05/2023

Projeto faz castração de cães e gatos do Humberto Salvador

'Castração é a Solução' é retomado pelo curso de Medicina Veterinária da Unoeste após a pandemia do coronavírus

Cuidado com a saúde animal: cirurgia de castração (Foto: Vivian Girardi Nunes)

Pós-pandemia do coronavírus, na retomada do projeto Castração é a Solução são esterilizados 12 animais, sendo dez cães e dois gatos de tutores do bairro jardim Humberto Salvador, na zona norte de Presidente Prudente. O mutirão foi realizado durante a manhã de sábado (20) no Laboratório de Técnicas Cirúrgicas no campus II da Unoeste. A iniciativa do curso de Medicina Veterinária – que envolve professores, estudantes e médicos veterinários colaboradores – tem a finalidade de contribuir com o controle populacional, reduzindo o número de animais que vivem em condições de maus tratos e abandono, e diminuindo a veiculação de doenças zoonóticas, que são infecciosas.

O projeto também é voltado à interação entre instituição acadêmica e comunidade local, buscando agregar conhecimento e aprimoramento técnico aos alunos e enriquecer a educação social dos tutores, contribuindo para o bem estar animal e saúde publica. A ação visa melhorar a qualidade de vida todos (animal e ser humano) e inserir um olhar humanitário e solidário em cada participante do projeto, dimensionando a responsabilidade social em saúde pública que o médico veterinário exerce. Cadastrado na Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext), o projeto tem como proponente a professora mestre Camila Angela Bernardi, médica veterinária.

Vulnerabilidade social

A realização teve a participação da diretora do curso de Medicina Veterinária, a Dra. Glaucia Prada Kanashiro, do professor mestre Gabriel Montoro Nicácio; das voluntárias Luzia Áurea da Silva Calixto e Rafaela Vitória Marchini; dos residentes Gabriela Brambilo Menegasso Vieira e Maurilio Frattini Palácio (anestesiologia), Kamille Daguano Sena e Vinícius dos Santos Rosa (clínica cirúrgica de pequenos animais), Shaiene de Souza Vieira (reprodução animal) e Raphaela Primolan Rocha (diagnóstico por imagem); das mestrandas em Ciência Animal, Letícia Maria de Lima Cerazo e Débora da Silva Alves; e da doutoranda Letícia Cerazo; todos médicos veterinários.

A professora Camila explicou que a escolha do bairro e dos animais leva em consideração local de vulnerabilidade social e grande quantidade de animais em condição de abandono. A primeira etapa é o cadastramento das famílias por alunos do 1º termo, na disciplina de Introdução a Medicina Veterinária. Eles elaboram as fichas de cadastramento e vão ao bairro realizar o cadastro nas casas, acompanhados da professora. No cadastro é feito o levantamento de quantos animais por família, sexo, espécie e idade. Também fazem a captação de recursos para compra de materiais, realizando feiras de doce, rifas, vendas de camisetas do projeto e busca de patrocínios.

Desenvolvendo habilidades

Outra ação ocorre na disciplina de Semiologia, na qual o professor elabora a ficha com os alunos que vão o bairro avaliar a saúde dos animais, coleta de informações e exames laboratoriais. As fichas e exames são avaliados na disciplina de Patologia Clínica quando selecionam os animais aptos à cirurgia. Os que não estão aptos recebem a receita com as orientações para o tratamento e posteriormente retornarão para castração. São realizadas oficinas de treinamento para os alunos se sentirem mais seguros no dia da castração. Os alunos do último termo, juntamente com residentes Hospital Veterinário, organizam e ministram as oficinas para os termos mais novos.

Mutirão de castração no Laboratório de Técnicas Cirúrgicas (Foto: Vivian Girardi Nunes)

No dia da castração são envolvidos todos os termos do curso, programa de Aprimoramento e Pós-graduação. É elaborado fluxograma onde cada aluno tem a sua função, durante o pré, trans e pós-operatório. São explicações da professora Camila que ainda contou que muitas disciplinas da matriz curricular fazem no projeto em seu laboratório de prática, desenvolvendo nos alunos habilidades técnicas e humanísticas. Com a retomada no projeto, a intenção é realizar mutirão de castração uma vez por mês. O feedback sobre o último sábado é de que todos animais tiveram excelente recuperação pós cirúrgica. Pontuou que todos exerceram as funções com excelência técnica e muito comprometimento.

Suporte tecnológico

Na condição de proponente do projeto, manifestou gratidão à Unoeste por dar o suporte estrutural; e aos alunos, funcionários, coordenação e voluntários egressos que se doaram para a missão ser concluída com êxito. Para a aluna Iascara Calixto foi mais uma oportunidade de por em prática o aprendizado e Flávia Nogueira Telles disse amar o curso de seu sonho e que participar da castração é um grande ganho na formação profissional. A tecnologia faz parte dos recursos e no mutirão foram utilizados aparelho de anestesia; oxímetro de pulso para aferir frequência cardíaca e oxigenação do sangue; e bomba de infusão para administração automatizada de medicamento. A aluna Débora da Silva Alves atuou no cálculo das doses da medicação pós-operatória (antibiótico, anti-inflamatório e analgésico) em relação ao peso de cada animal.

 


Legenda: Cuidado com a saúde animal: cirurgia de castração
Créditos: Homéro Ferreira
Legenda: Mutirão de castração no Laboratório de Técnicas Cirúrgicas
Créditos: Homéro Ferreira