23/06/2023

Projeto desenvolve estudos na área da agricultura digital

A partir de sensoriamento remoto de alta resolução a intenção é encontrar soluções para problemas que afetam a produtividade

Dr. Fábio: mapeamento digital para avaliar mudanças nos índices de qualidade do solo e de nematóides (Foto: Homéro Ferreira)

 

Com o entendimento de que a agricultura digital seja o caminho para superar os desafios de aumento da produtividade de modo sustentável, a partir de Presidente Prudente um projeto temático é desenvolvido em rede de pesquisa, com pesquisadores de instituições de ensino superior de três estados brasileiros, incluindo duas locais: Unesp e Unoeste. Também aberto a múltiplas cooperações internacionais, o projeto “Sensoriamento Remoto de Alta Resolução para a Agricultura Digital” estuda a utilização de dados e imagens para desenvolver sistemas físicos, técnicas e software a serem utilizados em processamento e análise de dados sobre pragas, doenças, deficiência nutricional e predição de produtividade.

Com aporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), o projeto é de cinco anos e o primeiro será completado agora em julho. O que motivou reunião anual para discutir o andamento dos estudos de cada parceria e apresentar tutorais sobre as técnicas que estão sendo utilizadas e em desenvolvimento. Presencial e remoto em tempo real, o encontro é sediado esta semana na Faculdade de Ciências e Tecnologia, campus da Unesp em Presidente Prudente (FCT/Unesp).  São três dias seguidos, de quinta-feira (22) a sábado (24). O pesquisador responsável é o Dr. Antonio Maria Garcia Tommaselli, sendo que o projeto envolve pesquisadores principais e pesquisadores associados.

Agricultura e pecuária

As demais instituições parceiras são a Universidade Federal de Uberlândia (UFA) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O aporte maior é da Fapesp, mas existem estudantes de graduação e pós-graduação inseridos no projeto que recebe auxílio ou bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação; e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Além de Prudente, estão envolvidos os campi da Unesp em Botucatu e Jaboticabal. Pela Unoeste, a participação é da graduação e pós-graduação em Agronomia, com mestrado e doutorado.

Conforme o Dr. Tommaselli, o projeto coloca para trabalhar juntas pessoas da área de sensoriamento remoto, fotogrametria e cartografia do grupo de pós-graduação em Ciências Cartográficas da Unesp Prudente e o grupo de agronomia e de tecnologia das instituições parceiras. O trabalho está sendo desenvolvido com as técnicas de domínio em sensoriamento remoto de curta distância, com uso de sensores em drones, tratores e maquinários para fazer a detecção de pragas, doenças e deficiência nutricional e predição de produtividade, que são de interesse da agricultura e também de pastagens em sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). “Cada grupo com seus conhecimentos e suas especialidades”, pontou.

Grandes impactos

O projeto contempla várias produções rurais, de tal forma a causar grandes impactos econômico, ambiental (redução do uso de produtos químicos) e social, ao refletir no emprego e na renda dos trabalhadores envolvidos nas cadeias produtivas. O Dr. Tommaselli disse que existem muitos grupos trabalhando na área da agronomia com sensoriamento remoto de curta distância, mas que esse grupo do projeto temático com a Fapesp é o único que tem sistema ótico em drone que utiliza câmera fabricada em Israel e o único em varredura a laser. Além do que, em termos de sensoriamento remoto e fotogrametrias, o grupo da FCT/Unesp é referência nacional. Tem ainda o fato do projeto ter juntado várias especialidades, com pesquisa e mobilidade na formação de recursos humanos.

Pela Unoeste estão diretamente envolvidos os pesquisadores Dr. Fábio Fernando de Araújo, Dr. Edemar Moro e de estudantes de graduação e do mestrado. No encontro desta sexta-feira (23), o Dr. Fábio falou sobre mapeamento digital para avaliar mudanças nos índices de qualidade do solo e de nematoides; dos desafios em desenvolver modelos para monitorar, mapear e detectar pragas, doenças e produtividade; e que os modelos podem contribuir para o desenvolvimento ou validação de índices de qualidade na agricultura. O Dr. Fábio agradeceu a oportunidade da Unoeste participar do projeto multidisciplinar e interinstitucional, nas pessoas do Dr. Tommaselli e do Dr. Nilton Nobuhiro Imai, que estão entre os pesquisadores principais; e citou a Dra. Ana Paula Ramos, da Unesp e que já atuou na Unoeste.


Legenda: Dr. Fábio: mapeamento digital para avaliar mudanças nos índices de qualidade do solo e de nematóides
Créditos: Homéro Ferreira
Legenda: Dr. Fábio Araújo, Dra. Ana Paula, Dr. Antonio Tommaselli e Dr. Nilton Imai
Créditos: Homéro Ferreira