29/05/2024

Probiótico gera efeitos favoráveis em casos de osteoporose

Dados extraídos de cinco publicações científicas constataram melhorias significativas em quatro de sete parâmetros analisados

Dra. Inês Giometti, Dra. Liliana Martos, Fábio José e Dr. Hermann Bremer Neto (Foto: Homéro Ferreira)

 

O uso de probiótico como suplementação em tratamento de osteoporose resulta em efeitos favoráveis. Constatação extraída em estudo científico de revisão sistemática com meta-análise. A pesquisa foi desenvolvida pelo médico especialista em ortopedia e traumatologia Fábio José Martins Pinto, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado. A dissertação “Efeito de Bifidobacterium spp, em murinos com osteoporose induzida: revisão sistemática com meta-análise” foi apresentada em defesa pública na manhã desta quarta-feira (19) e aprovada para que o autor receba o título de Mestre em Ciência Animal.

Com a orientação do médico veterinário Dr. Hermann Bremer Neto, a defesa passou pela avaliação da médica veterinária Dra. Ines Cristina Giometti Ceda, na condição de membro interno; e da biomédica Dra. Liliana Martos Nicoletti Tofolli, como membro externo, convidada junto ao Centro Universitário de Adamantina (FAI), onde atua como professora e pró-reitora de extensão. A aprovação ocorreu com louvor pela qualidade do trabalho, desde a banca de qualificação. Os elogios foram vários e os apontamentos somente dois, no sentido de sugestão para possíveis ajustes.

A Dra. Ines sugeriu a mudança na ordem do tópico relacionado a medicamentos e a exposição de breve informação sobre a reposição hormonal pós-menopausa, considerando que o estudo levou em conta que a osteoporose resulta de baixa densidade mineral óssea, após o último ciclo menstrual. O autor do estudo colocou em evidência o impacto de custo financeiro com a osteoporose no Brasil, que é de R$ 1,2 bilhão por ano. Ao pontuar as causas da doença que implica em perda progressiva da massa óssea e que torna os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas, disse que a menopausa é causa primária de maior incidência. 

Aumento do nível de evidência

Após expor sobre tratamentos preventivo e convencional, o autor do estudo apresentou como perspectiva terapêutica a bactéria Bifidobacterium, utilizada como probitótico gerador de benefícios para a saúde humana. Situação questionada, na problematização do estudo, como alternativa terapêutica para o tratamento da osteoporose. Mesmo diante da complexidade do assunto, conforme comentário da banca de avaliação, o médico Fábio José deu uma aula durante toda a apresentação, incluindo a avaliação de parâmetros com dados extraídos de cinco publicações científicas, selecionadas por critérios de exclusão entre 89 artigos cujas pesquisas utilizaram murinos (ratos e camundongos) como modelo experimental.

Foram sete parâmetros minuciosamente avaliados com o rigor da produção científica e em quatro deles os resultados indicativos de melhora de paciente com osteoporose apresentaram índices significativos, que são os de densidade mineral óssea, conteúdo mineral ósseo, fração do volume ósseo e espessura e espaçamento trabecular, que é o tecido esponjoso interno, menos fibroso que a parte externa do osso. São quatro indicativos importantes sobre os efeitos benéficos. Diante de estudos com resultados controversos, o estudo com revisão sistemática e meta-análise contribui para aumentar o nível de evidência dos efeitos positivos do uso de probiótico como suplementação.

Estímulo ao doutorado

A conclusão apresentada pelo autor é a de que a suplementação com bactérias do gênero Bifidobacterium tem efeitos benéficos sobre parâmetros indicativos de osteoporose. Porém, o entendimento de Fábio José é o de que novos estudos devem ser realizados para aumentar o nível de evidência e incentivar estudos clínicos randomizados em humanos; o que significa que grupos que participarem da pesquisa sejam escolhidos de forma aleatória.  A dissertação, o material de suporte e a forma de condução da defesa foram elogiados e a banca, com seus três componentes, foi unânime no entendimento e estímulo para que Fábio José faça doutorado.

Egresso da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp/Unoeste), da turma de 2005 e a véspera do ano que completará 20 anos de formado, é especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade de Taubaté (Unitau), cidade onde exerceu a docência e cuja carreira tem continuidade na FAI. Fábio José é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e integra o corpo clínico da Santa Casa de Osvaldo Cruz.


Legenda: Dra. Inês Giometti, Dra. Liliana Martos, Fábio José e Dr. Hermann Bremer Neto
Créditos: Homéro Ferreira