30/04/2020

Presidente do CRF fala sobre tratamentos à Covid em live

Dr. Marcos Machado Ferreira explicou sobre a Cloroquina e diversos outros medicamentos testados para a doença

Foto: Erika Foglia

Live aconteceu na tarde dessa quarta-feira (29) diretamente do canal da Unoeste no Youtube e já ultrapassa as 300 visualizações

 

Dando continuidade às lives do projeto “Em casa com + conteúdo!” em que a Unoeste disponibiliza aulas ao vivo de diversos assuntos através do Youtube, o Dr. Marcos Machado Ferreira, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), conversou com os internautas na tarde dessa quarta-feira (29) sobre o coronavírus, sua infectividade, a preocupação com o tratamento e os medicamentos que estão sendo utilizados e testados com a palestra “Cloroquina e outros medicamentos testado para Covid-19”. A live, que está disponível no canal da universidade na plataforma, já soma até o momento mais de 300 visualizações.

De acordo com Marcos, que também é farmacêutico e bioquímico, como a Covid-19 é uma doença muito nova, ainda não há medicamentos específicos para o vírus (antivirais, anti-inflamatórios e antigripais). Dessa maneira, diversos medicamentos estão sendo testados, porém, através de uso denominado Off-Label, ou seja, eles não foram desenvolvidos para o coronavírus e ainda são experimentais. “Existe uma corrida enorme para encontrar um medicamento que possa aliviar os sintomas e consequentemente preservar a vida do paciente. Sabemos que não é o medicamento sozinho que vai desempenhar essa função, é um conjunto de terapias que ele será utilizado na tentativa de salvar essas pessoas”, salienta.

O farmacêutico explica ainda que são muitos medicamentos sendo testados e que a cada instante surge uma nova tentativa e caso sejam utilizados todos, o paciente provavelmente morrerá por intoxicação. “A Cloroquina, por exemplo, foi o primeiro grande medicamento que a mídia explorou muito e deu a sensação na população de que seu uso não apenas poderia curar a Covid, como também poderia ser utilizado como prevenção à doença. Isso levou uma corrida enorme às farmácias e ao esgotamento do estoque desse medicamento. São várias teorias para a eficiência da Cloroquina contra o coronavírus e a mais aceita até o momento é a que mostra que pode ser que ela tenha um efeito imunomodulador e ajude controlando melhor na resposta imune para que o paciente não tenha essa liberação tão grande de citocinas. Lembrando que isso é apenas um estudo, por enquanto”, alerta.

Marcos explica que há também algumas preocupações em relação ao uso da Cloroquina no tratamento da Covid-19 e uma delas é que em um primeiro momento os estudos foram feitos na França com um número limitado de pacientes. “Dessa maneira, não há como considerar essas informações como análises científicas que pudessem dar tranquilidade quanto ao uso do medicamento”, diz.

Além da Cloroquina, o presidente do CRF falou também durante sua palestra sobre os medicamentos e tratamentos com a Azitromicina, Nitazoxamida e Ivermectina. De acordo com ele, existem muitos protocolos sendo utilizados no mundo todo, porém, não são unânimes e por ser um cenário muito novo, tratam-se apenas de hipóteses e testes. “A utilização desses medicamentos dependem da fase da doença, mas também da avaliação médica do risco benefício. Nós, enquanto farmacêuticos, não podemos começar a vender esses medicamentos porque é preciso que haja toda essa avaliação, principalmente no caso da utilização de anticoagulantes. São muitas dúvidas, diversos tratamentos e poucas certezas. Em um momento como este, informação correta e atitude profissional são fundamentais”, argumenta.

Por fim, Marcos salienta a importância do farmacêutico neste cenário de pandemia e de diversos testes de tratamentos e utilização de medicamentos: “O farmacêutico é um profissional importante neste momento, por isso a necessidade de estar informado, porque os pacientes vão bater na porta para comprar medicamentos mesmo sem saber se podem ou não utilizar. A sociedade conta conosco e agora mais do que nunca precisamos estudar, estar preparado para conversar, tirar dúvidas e até mesmo ajudar os profissionais médicos e enfermeiros que estão na linha de frente, mas que também precisam de ajuda e orientação”, finaliza.


Legenda: Live aconteceu na tarde dessa quarta-feira (29) diretamente do canal da Unoeste no Youtube e já ultrapassa as 300 visualizações
Créditos: Erika Foglia