01/09/2023

Pesquisa sugere atenção escolar para prevenir cyberbullying

Ações devem deixar de serem pontuais e irem além do senso comum, com sustentação em fundamentos teóricos

Daniele Leite: dissertação aprovada para receber o título de mestre em educação (Foto: Homéro Ferreira)

 

Em pesquisa na área da educação para entender o cyberbullyng e a escola como espaço para o desenvolvimento de valores éticos e morais, especialista em hebeatria (medicina do adolescente) extraí entendimento que resulta em sugestão aos professores e gestores de atenção, no sentido de aprofundamento em conhecimentos, para prevenir assédio virtual entre alunos. Comportamento gerador de medo e constrangimento. A fisioterapeuta e médica pediatra Daniele Leite Cotini de Oliveira desenvolveu à pesquisa junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Unoeste, com a dissertação levada à defesa pública na manhã desta quinta-feira (31) e aprovada para receber o título de mestre.

O uso constante da internet foi ampliado com o ensino remoto emergencial quando do isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus. Isso fez expandir os vários tipos de agressões virtuais, tais como mensagens ofensivas, fotos vexatórias e práticas de humilhação, dentre outros. Ao mencionar a gravidade do problema, a autora da pesquisa disse que antes da pandemia o Brasil já era classificado como o 2º país no mundo com maior número de casos de bullying na internet: o cyberbullying. Problema que tem a preocupação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que constatou em 2019 no Brasil que 37% dos escolares já tinham sofrido cyberbullying e 36% faltaram as aulas por esse motivo.

Construção de ambientes saudáveis

Tais informações, embasamento legal, aporte teórico e aplicação de entrevista do tipo semiaberta foram utilizados para responder a pergunta norteadora: Como o trabalho desenvolvido nas escolas com temática de cultura da paz, de educação moral e de competências socioemocionais podem auxiliar no processo de prevenção e de conscientização dos casos de violência virtual? Assim, o objetivo foi analisar quais concepções os professores e gestores tinham sobre a construção de valores morais e do desenvolvimento da autonomia moral; para trabalhar com alunos do segundo ciclo do ensino fundamental, da faixa etária de 10 a 14 anos.

Foram entrevistados nove profissionais, professores e gestores, de uma escola particular do oeste paulista que atuam com os alunos do, 6° ao 9° ano. Os resultados apontaram à necessidade de trabalho para orientação e prevenção à violência; atenção ao aprofundamento para fugir do senso comum, em formação continuada; ter um programa de prevenção e não se ater ao diálogo apenas quando ocorre algum fato e sobre o qual é preciso tomar decisão. Então, a dissertação tem um conteúdo que serve para conscientizar professores e gestores sobre medidas efetivas em construir ambientes saudáveis e democráticos, com a cultura da paz e práticas morais bem estabelecidas, incluindo o envolvimento da família.

Relevância social e científica

O estudo de Daniele Leite foi orientado pela Dr.ª Carmen Lúcia Dias e avaliado pela Dra. Dr.ª Camélia Santina Murgo, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unoeste; e pela Dr.ª Rita Melissa Lepre, na condição de convidada externa junto ao campus da Unesp em Bauru, com participação on-line. Além dos apontamentos de praxe, as avaliadoras enalteceram o estudo pela relevância social e científica, com elogios à orientanda e orientadora. Para a Dra. Rita, os resultados devem ser olhados pela escola inserida na pesquisa, deixando o entendimento que por outras escolas também. Outro aspecto evidenciado pela avaliadora externa foi o olhar da profissional de saúde para a questão do cyberbullyng sob o ponto de vista de suas formações e que foi atrelado à área da educação.

“Nós nos sentimos privilegiados com você e colegas seus com a mesma trajetória de sucesso, com resultados muito positivos”, disse a avaliadora interna, considerando os médicos e outros profissionais da saúde que optam por mestrado e doutorado em educação, ampliando o seu papel social e formativo e reverberando isso tudo na vida das pessoas, quer seja em suas atuações na formação de origem ou como professores do ensino superior, como é o caso de Daniele Leite, egressa da Fisioterapia e Medicina na Unoeste. A Dra. Camélia afirmou que a relevância do tema cyberbullying está relacionada ao fato de ser um problema de saúde mental na escolarização e que ainda tem muito a ser discutido.

Dra. Camélia, Daniele Leite e Dra. Carmem Lúcia (Foto: Homéro Ferreira)


Legenda: Daniele Leite: dissertação aprovada para receber o título de mestre em educação
Créditos: Homéro Ferreira
Legenda: Dra. Camélia, Daniele Leite e Dra. Carmem Lúcia
Créditos: Homéro Ferreira