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Atendimentos realizados pelos internos na Usafa Jardim Brasil (Foto: João Paulo Barbosa)

Com a oferta de atendimentos de Atenção Primária à Saúde (APS) a mais de 19 mil moradores, a Usafa Jardim Brasil, em Guarujá, é um dos locais onde os alunos do Internato Médico da Unoeste realizam atendimentos que beneficiam a população. A enfermeira e gerente da unidade de saúde, Valdirene José dos Santos da Silva, afirma que a presença dos universitários tem provocado um processo de transformação do bairro e que reflete na formação profissional de cada acadêmico. “Quando o médico conhece o território no qual o paciente dele mora, consegue compreender as necessidades daquela pessoa, o porquê do paciente estar solicitando uma prescrição, por exemplo. Cria-se uma empatia e ele vai saber prescrever ou cuidar bem daquele paciente”.

Na gestão da unidade desde 2014, Valdirene acompanhou em Guarujá a chegada da 2ª melhor universidade particular do estado de São Paulo, posição essa mantida conforme a divulgação mais recente do Índice Geral de Cursos (IGC) do Ministério da Educação. “Participei de algumas reuniões no início, quando representantes da universidade vieram conhecer a cidade para a implantação do curso. Quando tudo estava acertado, começamos com a inserção dos alunos do PAPP [Programa de Aproximação Progressiva à Prática] e hoje já temos os alunos que estão no Internato Médico, além dos residentes em Família e Comunidade. Uma parceria da universidade e da Prefeitura de Guarujá”, lembrou.

Para ela, as visitas domiciliares, assim como ações, pesquisas científicas e o desenvolvimento de alguns projetos como Banner do Território – Mapa do Território, continuam sendo fundamentais para a aproximação da universidade com o Jardim Brasil. “Com a presença constante dos universitários tivemos uma melhora do atendimento. Os pacientes querem falar e os alunos estão dispostos a ouvir. E é muito perceptível que os alunos da Unoeste têm olhado o paciente como um todo e não apenas como tendo uma patologia. Tanto que muitos pacientes acabam procurando mais os alunos e os residentes. Já aconteceu até da gente ver paciente chorando e pedindo para que o aluno permaneça na unidade de saúde”, revelou.

Outro ponto destacado pela gerente é o aumento da procura pelos atendimentos médicos. “No começo sofremos um pouco com o nosso planejamento para que tudo desse certo, mas as peças foram se encaixando e tudo está fluindo muito bem. Nossa maior dificuldade é a dimensão do nosso espaço. Precisamos deixar tudo alinhado para que o atendimento seja efetivo devido a quantidade de atendimentos realizados. Mas temos as contribuições dos alunos que sempre estão abertos as novas adaptações e colaboram muito para isso”.

Internato Médico

Rafaella Araújo D’Angelo e Steven Queiroz Miranda são alunos do 9 º termo de Medicina da Unoeste e estão inseridos no Internato Médico. Essa é a fase do curso que busca contribuir na otimização e humanização dos atendimentos nos serviços de saúde disponíveis à população. Em Guarujá, os atendimentos pelo internato iniciaram em janeiro deste ano e todas as ações são articuladas para reforçar a etapa formativa, que é o momento em que os alunos são inseridos em cenários reais de atendimento.

Para Rafaella, a experiência vivida no internato têm sido intensa e fundamental para sua futura atuação. “Nosso trabalho está muito alinhado com a gestão da unidade de saúde e com a proposta da universidade. Para a formação, essa é uma etapa que sempre esperei e está superando minhas expectativas colocando em prática meus conhecimentos. Além das Usafas, também vamos para os hospitais e todo esse conhecimento é fundamental para a vida do médico”.

Também atuando na unidade do Jardim Brasil, o interno Steven afirma que a experiência do internato tem contribuído e muito para sua formação universitária. “A diversidade de casos que atendemos na Usafa, com toda a certeza, está me preparando para ser um ótimo profissional. A cada dia temos uma experiência nova e isso fortalece nosso conhecimento apara atuar no futuro mercado de trabalho”, opina, elogiando ainda a estrutura da universidade que para ele é um diferencial para a Baixada Santista. “A estrutura da Unoeste é muito boa, desde a parte física até os setores para estágios. Isso aprimora nosso conhecimento, vale a pena conhecer a universidade”, encerra, convidando a quem tem interesse em fazer Medicina no litoral.

Prática Acadêmica

A médica Priscila de Alvarenga Beleigoli é professora na Unoeste Guarujá e coordenadora médica do PAPP e do Internato em Medicina de Família e Comunidade. Ela explica que o Internato é hoje desenvolvido em três unidades de saúde da família, sendo elas a do Jardim Brasil, da Vila Rã e do Jardim Las Palmas. “Cada unidade conta com um professor preceptor, quatro residentes e quatro alunos do internato. Nesse momento eles realizam atendimentos com as crianças, gestantes, doentes crônicos. Também participam das discussões de casos clínicos com os preceptores e, ainda, as aulas teóricas na universidade”.

Ela ressalta ainda a importância desse momento do internato na vida de todos os acadêmicos. “Esse é o momento onde realmente eles vão pegar todo aquele componente da teoria, do primeiro ao quarto ano da faculdade, e colocar em prática na Medicina. Eu costumo falar pra eles que é uma oportunidade única de aprender, é a chance de ser um especialista, de saber mais sobre cada especialidade e escolher realmente a que mais se encaixa em seus perfis. É a chance de dar o melhor de si para ter uma formação realmente completa e humanizada”.

Por fim, Priscila enaltece que toda a formação oferecida pela Unoeste resulta numa Medicina de qualidade. “Eu acho que a formação desde o primeiro termo e depois com a residência em Medicina de Família e Comunidade é um ensino integral, um ensino humanizado, um ensino que realmente aproxima muito a prática da realidade da saúde pública. Acredito que toda essa vivência com o suporte das aulas teóricas, sempre voltada para a humanização do cuidado para olhar o paciente numa integralidade, faz com que a gente forme médicos que olhem além da doença. Que olhem o paciente como um ser humano envolvido num contexto social e busque o melhor perfil de cuidado de acordo com cada tipo de paciente e de doença. É isso que a gente busca, essa proposta de formação contínua e continuada que oferece algo diferente e novo para os alunos e para a cidade de Guarujá”.