Inteligência Artificial muda a ferramenta e mantém propósito
O impacto nas profissões está em oferecer mais produção, mas os indivíduos precisam estar preparados para saberem o que querem
Conferência com o Dr. Anderson, no modelo talk show (Foto: Ector Gervasoni)
Discussão sobre Inteligência Artificial (IA) e o impacto nas profissões leva um dos destacados desenvolvedores de serviços de inovação no Brasil ao entendimento lógico de que muda a ferramenta, mas o propósito permanece o mesmo.
Com novos recursos é possível agilizar serviços ou aumentar determinada produção, mas os indivíduos que buscam por tais benefícios precisam estar preparados para saberem o que querem.
Um exemplo está na telemedicina, com o uso da máquina pela fala (sem uso do mouse e teclado) é possível obter um padrão total de tórax em 1 minuto, sendo que se fosse por digitação o tempo seria 20 minutos.
Esse é um panorama da expressiva contribuição que o Dr. Anderson da Silva Soares deu ao Enepe 2024 – o 29º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão realizado pela Unoeste e com a participação de inscritos de 141 instituições de 21 estados.
Sua fala foi como vice-presidente do Centro de Excelência (CEIA), professor do Instituto de Informática (INF) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e representante brasileiro no Global Partnership on Artificial Intelligence (GPAI).
Tecnologia nacional
A conferência de abertura oficial do evento ocorreu na noite de segunda-feira (21) no Teatro Universitário César Cava, no campus 1 da Unoeste em Presidente Prudente. No formato talk show, com a mediação do jornalista Homéro Ferreira.
Com expertise de mais de 15 anos em serviços de inovação prestados para empresas como a Wolksvagen Caminhões e Ônibus, Natura, iFood e Recovery Itaú, disse a tecnologia nacional coloca a AI mais próximas do que as pessoas possam achar.
Citou desenvolvimento de produtos com a sua participação já alcançam mais de 90 milhões de pessoas no Brasil. “Apesar do trabalho incrível das big-techs, aqui acontece muita coisa. A gente tem um portfólio muito grande”, pontuou.
Ao expor o pensamento de que a ferramenta muda, mas não muda o propósito, o objetivo e nem o produto, tomou como exemplo uma das atividades básicas do ser humano que é se alimentar. Falou do cultivo com enxada e com máquinas.
Cases de sucesso
Essa mudança levou a maior produção na mesma área. Até aí, tudo normal. Mas, tem o pensamento de que o trator autônomo (sem tratorista) é algo que assusta, simplesmente por ser assim com tudo que é novo e por isso causa certo ceticismo.
Para ilustrar a conferência talk show, com exibição de imagens em alta definição, apresentou alguns cases de produtos que ajudou a desenvolver para diferentes empresas, como o veículo autônomo de pequeno porte.
Veículo utilizado, por exemplo, para levar refeições embaladas do restaurante do shopping, agilizando o processo de entrega, com o motoqueiro esperando lá fora; ou levar da portaria do condomínio à casa do morador; etc.
Também citou equipamento instalado em veículo para captação de imagens e mapeamento de risco de quedas de árvores. O orçamento por fotos de carro batido, feito na hora e enviado à seguradora, reduzindo o tempo de autorização e conserto.
Da Barsa ao Google
Para reforçar o tom de descontração, comentou sobre a IA no entretenimento, mostrou aplicativos na área da música e citou caso de alunos que gravaram a voz do professor na aula e a colocou cantando “Ai, se eu te pego”, sucesso com Michel Teló.
Sobre os impactos na educação, disse ser uma das áreas mais conservadoras, geralmente muito resistente à inovação e a tecnologia. Considerou que parte dos atuais professores faziam consultas na Barsa e viram o surgimento do Google.
Para exemplificar citou recomendação da professora para a lição de casa de sua filha, que poderia usar o Google, mas não o ChatGPT; para dizer que nova geração será autorizada a usar o chat, mas o que for mais novo estará proibido.
Sobre a educação na área da saúde, apresentou case sobre a conversa com a máquina em relação ao padrão de tomografia total de tórax. Afirmou que a IA tem sido para fazer coisas especificas e que, portanto, não é generalista.
Alcance internacional
A conferência talk show teve público presencial e on-line, no Brasil e México. A transmissão no YouTube, pela equipe do Núcleo de Educação a Distância (Nead) e no canal Lives da Unoeste teve acompanhamento nos campi de Jaú e Guarujá; e polos EAD.
No início e no final, para compreender a formação cidadã, foram explorados aspectos da vida pessoal do conferencista e sua percepção sobre o Enepe e Unoeste, que é uma universidade tecnológica. Sua manifestação foi de encantamento.
O público (presente e o remoto) participou com várias perguntas pertinentes e bem formuladas; algumas sobre aspectos que tinham sido abordados e outras em busca de outros entendimentos dos pontos de vista profissional, educacional e pessoal.
O impacto da IA na educação superior e o ritmo acelerado de atualização profissional foram os focos dos pronunciamentos de abertura pelo pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste e do pró-reitor da Pesquisa, Pós e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi.
Impacto e atualização
Com a mudança global provocada pelas novas tecnologias, o Dr. Creste disse que hoje o mundo é visto de forma diferente, para parabenizar o tema proposto pelos organizadores do evento e escolhido, entre outros, por votação da comunidade acadêmica.
Em nome da reitora, Ana Cristina de Oliveira Lima, enalteceu todos os envolvidos na organização, deu boas vindas ao conferencista e agradeceu por ter aceitado o convite para expor seus conhecimentos no Enepe 2024.
O Dr. Adilson pontuou que a Unoeste preza pela formação de qualidade, voltada para inovação, empreendedorismo, tecnologia, responsabilidade social e sustentabilidade e que o Enepe faz parte dessa formação para colocação de profissionais no mercado.
Sobre o ritmo acelerado de atualização profissional citou que, com a novas tecnologias, o tempo que era bem mais amplo foi reduzido para seis meses. O que significa a necessidade de ter competência para acompanhar esse ritmo.
Serviço
Acompanhe toda a programação do 29º Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe) da Unoeste no site da universidade.
Momento da fala do Dr. Creste, na abertura oficial (Foto: Ector Gervasoni)
