06/05/2020

Grupos de estudos mantêm ativa a produção de conhecimento

Atuação virtual envolve pesquisadores e estudantes em iniciação científica com ações dentro e fora do Brasil

Foto: João Paulo Barbosa

Produção de experimento de milho consorciado com braquiária, no campo agrostológico

 

Mesmo em tempos de quarentena por causa da pandemia do coronavírus, a produção de conhecimento é mantida por vários grupos de estudos vinculados à Unoeste e cadastrados junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  Pesquisadores e estudantes em iniciação científica atuam virtualmente, dentro e fora do Brasil. Também são mantidos experimentos a campo, cujos participantes seguem as orientações sanitárias e os grupos foram divididos em duplas que se revezam nas atividades.

O Gpagro (Grupo de Pesquisa Agropecuária do Oeste Paulista) está entre os que desenvolvem vários experimentos no campo agrostológico, que fica no campus II da universidade em Presidente Prudente, e na Fazenda Experimental, em Presidente Bernardes. O professor pesquisador Dr. Tiago Aranda Catuchi comenta que as pesquisas nesse setor ganham relevância neste momento de forte impacto na economia mundial, por ser o responsável na produção de alimentos para consumo humano e animal.

Embora a previsão seja de que a demanda por alimentos deve aumentar consideravelmente, Catuchi diz que não somente esse setor se apresenta como essencial na formação de trabalhador qualificado e na produção de conhecimento, mas também os demais setores socioeconômicos, para que as pessoas tenham como comprar o que será produzido. “Está certo que a vocação do Brasil é a agrícola, mas não basta que apenas esse campo avance”, pontua, para citar alguns dos experimentos em andamento como o da cultura do feijão, com inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio.

Em outro ensaio sobre feijão estão sendo pesquisados dez cultivares compatíveis para produtividade no oeste paulista. São avaliados cultivares com tolerância para estresse hídrico em cultivo de sequeiro, com e sem irrigação, considerando que a maior parte das lavouras na região não é irrigada. Na produção de milho em consórcio com forrageiras (alimento bovino) são utilizados três cultivares de braquiária, cujo nome científico é Uruchloa. A finalidade é saber qual delas dará melhor resultado para que o pasto já esteja formado quando o milho for colhido.

Catuchi conta que são vários professores pesquisadores envolvidos e que os alunos da graduação em Agronomia utilizam os resultados das pesquisas para a produção e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), as quais também abastecem com dados as elaborações de dissertações e teses, respectivamente no mestrado e doutorado. No Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, que igualmente oferta mestrado e doutorado, a situação se repete; de acordo com a coordenadora Dra. Alba Regina Azevedo Arana.

Em pleno andamento, os estudos em grupos ambientais contemplam questões como agroecologia e sustentabilidade, planejamento e gestão de resíduos, saúde e meio ambiente. São grupos interdisciplinares, por conta da própria natureza do programa. O alcance internacional ocorre em diferentes frentes, como no caso de pesquisadores que fazem parte da Rede Brasileira de Pesquisa e Gestão em Desenvolvimento Territorial (Rete-Brasil) que mantém parcerias com as redes do México e da Colômbia, as quais seguem regularmente por encontros remotos.

No Programa de Mestrado em Ciências da Saúde as pesquisas têm andamento com análises pelo computador, reuniões por redes sociais e outros meios online. Os estudos com animais são mantidos presenciais no biotério, porém, com escala de trabalho mediante agendamento, obediência às questões sanitárias e agendamento para evitar aglomeração, por menor que seja. A coordenadora Dra. Lizziane Kretli Winkelströter Eller conta que estão paralisados os estudos com grupos de risco, formados por idosos e imunocomprometidos.


Legenda: Produção de experimento de milho consorciado com braquiária, no campo agrostológico
Créditos: João Paulo Barbosa
Legenda: Pesquisa em andamento no biotério instalado no campus II da Unoeste
Créditos: João Paulo Barbosa