Feira de Profissões é lançada com foco na educação e mercado
Palestrante de renome internacional diz que parte dos desafios é o ensino para competências mais sofisticadas
Abertura da Feira de Profissões da Unoeste com a palestra de Claudia Costin (Foto: Ector Gervasoni)
Após dois anos de isolamento social por causa da pandemia do coronavírus, a Feira de Profissões da Unoeste voltará no formato presencial. Será realizada de 19 a 23 de setembro deste ano no Salão do Limoeiro, no campus 2. O lançamento ocorreu na noite desta segunda-feira (30) no Teatro César Cava. A palestrante de renome internacional Claudia Costin falou para professores da própria universidade e do ensino básico em Presidente Prudente e região. O foco foi educação e mercado: uma relação que apresenta desafios educacionais diante de exigências mais sofisticadas. O evento também fez parte das comemorações dos 50 anos da Unoeste.
O tema “Como preparar os jovens brasileiros para o ensino superior em tempos de mudança” foi discorrido com a visão da rica trajetória da palestrante que, entre outras importantes atuações, é fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio) e membro da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho, na Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU). Também atua como professora visitante da Escola Nacional de Administração Pública em Quebec, no Canadá, e na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Importância da educação
Centrados em evidências científicas, os debates na OIT levam à compreensão de que está sendo desenhado um novo mundo, no qual o computador e inteligência artificial substituem o trabalho humano, incluindo o de produção intelectual. Diante disso que expôs, Claudia Costin manifestou o entendimento de que essa condição vai demandar competências mais sofisticadas, diante da extinção e do surgimento de profissões. Porém, chamou a atenção para o detalhe de que a criatividade e o pensamento sistematizado não podem ser processados por robô. Contexto que evidenciou a importância da educação em todos os níveis.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4), que está entre os 17 objetivos instituído em 2015 pela agenda 2030 da ONU e que é sobre a educação, dita o seguinte compromisso de mais de 190 países signatários: assegurar inclusão, equidade e qualidade. Conforme foi exposto, além de contemplar todo tipo de inclusão, a educação deve gerar oportunidades iguais, para o que é preciso dar mais para quem tem menos. Como exemplo, sugeriu os melhores professores para as “escolas impossíveis”. Com relação à qualidade, afirmou que no conceito da ODS 4 significa aprendizagem.
Composição da mesa de abertura: Claudia, Dr. Adilson e Francisco (Foto: Ector Gervasoni)
Professor e aluno
Claudia Costin refutou o negativismo científico na educação, mostrou com dados que nos anos 1960 a exclusão de crianças na escola primária era de 60% e que a universalização educacional no Brasil só ocorreu no início do século 21. Também foram expostos problemas decorrentes da pandemia, como o fato de alunos chegando ao 6º ano sem estarem alfabetizados. Porém, destacou que toda crise humanitária gera sofrimento e aprendizado, sendo que a de agora promoveu a aceleração da inclusão digital de estudantes e professores; e a urgência do uso de metodologias ativas.
Conforme a palestrante, o maior legado da pandemia é não voltar para a escala de 2019 e promover uma educação transformadora, na qual o ser professor é assegurar o aprendizado, se impor ao respeito que merece e ter orgulho de ter uma das profissões que nunca irá desparecer. O aluno deve ser estimulado em desenvolver a comunicação oral e escrita para ser um pensador autônomo, protagonista de sua própria história. Claudia Costin disse que dentre os seus sonhos para a educação está uma escola em que todos aprendam e que possa combinar excelência com equidade.
Mobilização regional
Como parte do amplo e profundo conteúdo apresentado, no que se refere a tendências em educação, foi dito que uma delas é o foco em resolução colaborativa de problemas e pensamento sistémico e crítico. Algo que a Unoeste tem trabalhado, conforme a fala de abertura do evento pelo pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi, que representou a Reitoria. O diretor do Escritório Regional de Desenvolvimento, professor Francisco Torturello, enalteceu a atuação da Unoeste em várias parcerias com o estado e municípios, em nome do secretário estadual Dr. Rubens Cury.
A palestra recebeu algumas caravanas de cidades da região, como a de professores de Presidente Venceslau que estiveram acompanhados da prefeita Bárbara Vilches, jornalista egressa da Unoeste. Também esteve presente a vice-prefeita de Taciba, Fulvia Perego, que é mestre e doutoranda em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional na Unoeste. O evento ainda disponibilizou visita à Sala Betha, ambiente de alta tecnologia. As manifestações, inclusive em redes sociais, foram de elogio e agradecimento. A Feira de Profissões da Unoeste é organizada pelo Departamento de Marketing e envolve toda a universidade.
