19/10/2022

Eventos do Enepe proporcionam troca acadêmico-pedagógica

27º Enapi, 20º Enaext e 19º Enaens favorecem intercâmbio de trabalhos científicos e estimulam a extensão e o ensino

Enepe também movimenta os campi de Jaú e Guarujá; em Jaú, duas palestras foram realizadas nesta terça (18) (Foto: Bruna Catto)

A 27ª edição do Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe) da Unoeste realizou nesta terça-feira (18), três importantes encontros que habitualmente constituem esse megaevento. Foram eles: o 27º Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica (Enapi), o 20º Encontro Anual de Extensão (Enaext) e o 19º Encontro Anual de Ensino Superior (Enaens). Todos ocorreram de forma on-line no canal da universidade no Youtube.

O Enepe favorece não somente o intercâmbio de trabalhos científicos, mas estimula a extensão e o ensino, respectivamente, com as criações desses encontros anuais, proporcionando uma troca acadêmico-pedagógica. Na conferência do Enaens, o professor Dr. Luciano Sathler, do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, de Belo Horizonte (MG), trouxe como discussão central em sua palestra “O ensino e a aprendizagem na Sociedade da Informação”. A mediação foi do docente da Unoeste, Dr. Diego Ariça Ceccato.

Em sua exposição, Sathler fez questão de dizer que a chamada “sociedade da informação” tem trazido hoje desafios que foram acelerados pela pandemia. Um deles, tem a ver com o futuro do trabalho. “Nós estamos num processo acelerado de automação de muitas ocupações que antes eram feitas apenas por seres humanos e agora são realizadas por máquinas, algoritmos ou robôs. Então, a sociedade da informação nos impõe discutir o papel da escola, o papel da instituição de ensino, para fazermos frentes a essa mudança paradigmática que nós estamos atravessando”, observou.

Nesse sentido, é importante transformar as relações do ensino e aprendizagem na prática. Para tal, o professor doutor sugere aplicar o que já foi escrito, especialmente no final do século 19 e começo do século 20, de modo a evoluir o paradigma de escola e educação formatadas para as sociedades industrial e da informação. “Isso implica em um maior protagonismo do aluno, nos princípios da educação democrática e aberta, e especialmente em um novo papel do professor, do educador, muito mais dialógico e que privilegie as metodologias ativas em todos os sentidos. A começar pela avaliação da aprendizagem, porque a partir dela define-se todo o restante da trajetória do processo educacional”, completou.

 20º Enaext

“Quebrando os muros da academia: o trabalho com projetos como uma ponte entre universidade e sociedade”. Esse foi o tema central da conferência virtual que abriu e movimentou a 20ª edição do Encontro Anual de Extensão.  O assunto foi conduzido ontem à tarde pela professora Dra. Mônica Cristina Garbin, da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). A mediação da conferência foi feita pela professora Dra. Janaína Pereira Duarte Bezerra, que hoje é docente nos cursos de Pedagogia e Educação Física da Unoeste.

“Quando você trabalha com projeto, coloca o aluno como protagonista do processo. Você dá uma outra visão que é de responsabilidade para o seu aluno nesse desenvolvimento do conhecimento. Quer dizer, é papel dele também participar do seu processo de construção do conhecimento. E é importante a gente pensar nesse tema, nesse processo todo de transição de ensino tradicional para um ensino um pouco mais progressista, no momento em que a sociedade vem mudando e se transformando. Mudar também nossos processos de ensino e de aprendizagem contextualizando mais os conhecimentos com a sociedade faz com que esse aluno aprenda de uma forma mais tranquila e, ao mesmo tempo, veja função naquilo que tá sendo trabalhado na universidade”, refletiu a Dra. Mônica.

Ela também disse ter ficado bastante feliz e grata ao ser convidada a participar do Enaext. “É um evento muito grande, muito importante, que dá muita visibilidade para assuntos super importantes, como por exemplo o tema em questão. É papel da universidade fazer essas discussões, fazer com que a sociedade seja mais justa, igualitária e consciente mesmo do seu papel, principalmente nesse momento que estamos vivendo”, completou.

Dr. Luciano Sathler, referência em gestão educacional, debateu o ensino e a aprendizagem na sociedade da informação (Foto: Cedida)

27º Enapi

Já a 27ª edição do Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica trouxe para na programação do Enepe a participação da biomédica, especialista em docência para o ensino superior e doutora em oncologia molecular, Talita Ferreira Marques Aguiar, do Centro Médico da Universidade da Columbia, de Nova York, nos Estados Unidos. Em sua conferência ela trabalhou o tema “1 em 1 milhão: como a genética de tumores pediátricos me levou para a divulgação científica”.

Estudiosa desse tema, a palestrante quis trazê-lo ao Enapi, porque embora o câncer em crianças seja raro, ainda é a principal causa de morte por doença em países desenvolvidos. Em 2021, segundo a conferencista, aproximadamente 18 mil crianças e adolescentes de zero a 19 anos foram diagnosticadas com câncer, e 2 mil morreram da doença nos Estados Unidos.  Já o relatório de 2021 do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostra que o câncer já representa a primeira causa de morte por doença (8% do total) entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos.

“Quando pensamos em câncer infantil, por si só, a causa já seria motivo de muitos debates. A grande questão é que os tumores pediátricos – talvez por ‘sorte’ – se enquadram dentro do grupo de doenças raras, e durante muito tempo, projetos de pesquisa e políticas públicas não davam muita atenção para doenças raras. Há alguns anos, este cenário tem mudado, não só no Brasil, mas no mundo como um todo. Entretanto, como no Brasil ainda temos uma desigualdade muito grande, nem tudo que acontece em uma região específica, reflete igualmente para todos, e assim também é quando falamos sobre o desenvolvimento de pesquisa, diagnóstico e de campanhas de divulgação sobre o câncer infanto juvenil”, considerou. 

Ela ainda expôs o sentimento em participar do Enapi. “É um prazer imenso. Pensar que a divulgação científica está me levando além das fronteiras que eu imaginei - quando decidi ser cientista, sabia que a vida do laboratório era mágica, mas que eu precisava do contato humano. Por isso sempre me voltei também para a educação em ciência, e consegui isso com a divulgação. Então, estar em um evento como este promovido pela Unoeste, e poder falar com tanta gente interessada em ciência e humanidade, é muito gratificante”, concluiu.

 Enepe em Jaú e Guarujá

O Enepe também movimentou os campi de Jaú e Guarujá nesta terça (18). Em Jaú, pela manhã, o auditório do campus sediou palestra proferida pelo Dr. Paulo Sajovic de Conti, da Universidade de São Paulo (USP). O tema foi "Cirurgia Robótica: o futuro é agora?" No mesmo período, outra palestra aconteceu em Guarujá, com o professor Edimar Roberto de Lima Sartoro, da Universidade Federal de Rondônia. Com o tema “Planejamento acadêmico baseado em metodologias ativas”, a atividade foi realizada em sala virtual do Google Meet.  Na sequência, ainda em Guarujá, Dr. Geraldo Alécio de Oliveira discorreu sobre “Formação por competências: desafios para um ensino de qualidade”; e o Dr. Rafael Pacheco da Costa sobre “Avaliação da aprendizagem num modelo ativo de ensino”.


Legenda: Enepe também movimenta os campi de Jaú e Guarujá; em Jaú, duas palestras foram realizadas nesta terça (18)
Créditos: Bruna Catto
Legenda: Dr. Luciano Sathler, referência em gestão educacional, debateu o ensino e a aprendizagem na sociedade da informação
Créditos: Cedida