17/11/2023

Estudo busca modelo de resiliência em ambientes radioativos

Relevância do projeto resulta em aporte financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

 

Dr. Edson em orientação ao mestrando Rodrigo Vieira Machado (Foto: Homéro Ferreira)

Entre 12 mil projetos submetidos por pesquisadores ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foram aprovados 2,4 mil e a Unoeste teve dois, em diferentes faixas. O da B é destinado a grupos consolidados com doutores bolsistas de produtividade. Nessa faixa está o projeto voltado em desenvolver metodologia para avaliação de resiliência em ambientes radioativos hostis, coordenado pelo Dr. Edson Ramos de Andrade que tem expertise no campo da pesquisa científica dirigida a área de defesa radiológica e nuclear, incluindo simulações computacionais e avaliação de impactos de dispersões atmosféricas de agentes radiológicos e nucleares no espectro Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear (QBRN).

O projeto vinculado à Unoeste, com o título “Modelagem computacional aplicada à avaliação de resiliência em ambientes radioativos hostis” tem a execução prevista para 36 meses contados da assinatura do termo de aceitação. “O objetivo geral é desenvolver metodologia para avaliação da resiliência de zonas 3D afetadas por contaminação radiológica. Esta avaliação se baseia em estimativa de riscos para a saúde humana e ambiental apoiada por simulação computacional realista e modelos epidemiológicos dedicados a ambientes radioativos hostis, normalmente registrados em acidentes”, diz o coordenador da pesquisa que atua no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, pelo qual a Unoeste oferta mestrado e doutorado.

Projeto multi-institucional

Participam do estudo as pesquisadoras Dra. Ana Paula Favareto e Alba Regina Arana, coordenadora do programa e que já vem trabalhando em cooperação com o Dr. Edson.  O projeto é multi-institucional, com a coordenação de execução da Unoeste e participação do Instituto de Estudos Avançados do Centro Tecnológico Aeroespacial (IEAv/CTA-SP), do Instituto Militar de Engenharia (IME); da Universidade Federal de Itajubá (Unifei-MG); e do Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear, do Centro Tecnológico do Exército (IDQBRN/CTEx - RJ), que são apontados pelo Dr. Edson como instituições de ponta dos três estados da região sudeste do país e que poderão estar juntas em outros empreendimentos.

O projeto receberá cerca de R$ 70 mil para bolsa de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI-B), custeio e capital; sendo que a vigorosa produção científica é uma oportunidade de intercâmbio para os estudantes das instituições envolvidas nessa parceria. Pela Unoeste, inicialmente estão envolvidos no projeto alunos com a orientação do Dr. Edson, que são Suzana Coladello Trombetta Neves, no doutorado; Luís Ricardo Pinotti Horta e Rodrigo Vieira Machado, no mestrado. Em fase posterior, a inclusão de alunos em iniciação científica será considerada quando a equipe estiver executando tarefas básicas do projeto, para que não interfira negativamente no processo de ensino-aprendizagem na graduação.

Estreitamento de relações

Sobre a perspectiva acadêmica, o coordenador da pesquisa explica que a execução de projeto multi-institucional, ainda que de pequeno vulto financeiro, pode ser considerada uma oportunidade de aculturação e de expansão consciencial, além de ser forte catalisador para o estreitamento de laços científicos entre as instituições envolvidas; “tarefa difícil de realizar em um país de dimensões continentais como o Brasil”. Do ponto de vista do Programa e demais instituições envolvidas, comenta que “essa aproximação traz oportunidades de desenvolvimento de trabalhos embarcados no aproveitamento de infraestrutura”.

Complementa: “Essa colaboração institucional produz um ambiente no qual a infraestrutura instalada no grupo formado é compartilhada entre todos os atores. Isto sem dúvida se reflete na aceleração da produtividade pelo fenômeno da otimização de recursos”. Em relação ao ganho institucional, diz que a Unoeste, estando à frente da coordenação do projeto, se coloca numa condição de alta comunicabilidade e estreitamento de relações com as instituições coexecutoras. “Essa posição oferece a oportunidade de estabelecimento de novos projetos e, sobretudo, da aproximação dos programas de pós-graduação, com a elevação dos níveis de produtividade e capacidade de captação de recursos tanto junto aos órgãos de fomento oficiais quanto na iniciativa privada”, afirma.


Legenda: Dr. Edson em orientação ao mestrando Rodrigo Vieira Machado
Créditos: Homéro Ferreira