Escola do Legislativo levará o nome da fundadora da Unoeste
Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima morreu em 10 de novembro de 2022; propósitos pela educação defendidos por ela, em vida, foram unânimes para homenagem da 18ª legislatura
Dona Ana, fundadora da Unoeste, deixou legado de sabedoria, respeito e admiração (Foto: Arquivo Histórico Unoeste)
A mais recente manifestação em homenagem a fundadora da Unoeste, Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, a Dona Ana, foi publicada por meio da Resolução nº 381 do Diário Oficial de Presidente Prudente, na edição da última quarta-feira (3), pelos vereadores da 18ª Legislatura da Câmara Municipal de Presidente Prudente. No documento, eles denominam a Escola do Legislativo com o nome da educadora que morreu em 10 de novembro de 2022. O histórico de Dona Ana, que dedicou a vida pela educação de qualidade, é entrelaçado com a história da cidade, já que ela também foi vereadora entre os anos de 2011 e 2004.
Em 1972, ao lado do professor Agripino de Oliveira Lima Filho (falecido em 07/03/2018), Dona Ana ajudou a fundar a Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec), hoje mantenedora da Unoeste. Desde então, pelo empenho e dedicação no trabalho, passou a ser admirada e respeitada na cidade, ganhando notoriedade no cenário educacional. Tendo em vista toda essa contribuição, a homenagem foi unânime entre todos os vereadores que compõem a atual legislatura. São eles: Demerson da Saúde, Douglas Kato, Enio Perrone, Ivan Itamar, Professora Joana D'arc, Joãozinho da Saúde, Professor Negativo, Mauro Neves, Miriam Brandão, Nathália Barbosa Gonzaga da Santa Cruz, Tiago Oliveira, Wellington Bozo e William Leite.
Para o presidente da Câmara, Tiago Santos Oliveira, a escolha do nome da ex-vereadora se dá pela proposta apresentada pela Escola do Legislativo. “A Escola nasceu com o escopo de promover cidadania e educação democrática para nossa comunidade. Dessa forma, nada mais justo do que homenagear uma mulher, professora, que teve sua vida calcada neste propósito em comum. Seu currículo e história de vida falam por si. Além de, quando concorreu a legislatura, Dona Ana foi a vereadora mais votada naquele pleito [2001 e 2004], demonstrando a confiança que a população lhe outorgava. Assim, todos os vereadores da 18ª Legislatura decidiram por promover esta honrosa e justa homenagem", destaca Tiago Oliveira.
Histórico Dona Ana
Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima, ou simplesmente Dona Ana, como carinhosamente era conhecida por todos, nasceu em Gália, pequena cidade do interior paulista, no dia 13 de março de 1930. Fez o primário lá, e o ginasial e o normal em Guaratinguetá. Formou-se professora em 22 de dezembro de 1950. No dia 17 de fevereiro de 1951 começou a dar aula. Era numa escola rural, próxima à fazenda que seu pai administrava.
Em 1953, casou-se com Agripino de Oliveira Lima Filho, quando sua família havia se transferido para Garça. Dona Ana já dava aulas, Agripino também formou-se professor. Durante quase 17 anos dirigindo escolas, Dona Ana trabalhou no Jardim Planalto e na Escola José Carlos Pimenta, em Presidente Prudente. Aposentou-se em 19 de junho de 1980. Dos quatro filhos, os três mais velhos, Augusto César, Ana Cristina e Maria Regina nasceram em Garça. O caçula, Paulo César é prudentino. Os filhos lhe deram 13 netos, que também lhe deram seis bisnetos.
Na Unoeste, ocupou o cargo de reitora da instituição com mandato até 2015, quando já tinha iniciado um processo de sucessão administrativa por meio dos filhos e netos. Juntos transformaram o cenário educacional de Presidente Prudente e região, edificando a maior universidade do oeste paulista, já tendo formado mais de 120 mil profissionais, e hoje com uma comunidade acadêmica de 14 mil pessoas, entre alunos e funcionários. Como educadora, Dona Ana sempre primou por aliar o ensino à pesquisa e à extensão.
Ela fazia questão de revelar que sua grande alegria era receber notícias de que seus ex-alunos alcançaram os objetivos profissionais. Apesar de cumprir com sucesso as funções administrativas, seu grande orgulho, era afirmar que nasceu professora e morreria professora. Por um período atuou no cenário político de Presidente Prudente. Em outubro de 2000 foi eleita vereadora. Exerceu com dignidade o mandato até o fim (2001 a 2004) tendo aprovados importantes projetos de sua autoria.
