07/03/2024

Curso oferta prática em urgências e emergências na pediatria

Oportunidade de atualização para pediatras e capacitação de generalistas que atuam em Pronto Atendimento e Pronto-Socorro

Laboratório de alta tecnologia, com simuladores avançados para a prática de urgências e emergências (Foto: Cedida)

 

Voltado para suprir desafios no atendimento de urgências e emergências pediátricas, curso de extensão está sendo ofertado pela Unoeste com aulas práticas e teóricas que ocorrerão na primeira quinzena de abril. A proposta é uma oportunidade que se abre de atualização para médicos pediatras e a capacitação de generalistas que atuam em unidades de Pronto Atendimento (PA) e Pronto-Socorro (PS). É também uma contribuição para melhorar os cuidados com a saúde infantil, restabelecendo o conforto e até salvando crianças da morte.

Conforme o coordenador do curso “Atualização em urgências e emergências na pediatria”, Dr. José de Oliveira Costa Filho – também coordenador do curso da Medicina da Unoeste em Jaú – o objetivo é oferecer treinamento prático de atendimento nas situações mais comuns em PAs e PSs que são muito procurados por usuários da saúde pública, principalmente para atendimento de crianças. “O que tem sido cada vez mais frequente”, pontua e comenta que poucos locais que têm o médico pediatra para esses atendimentos.

Situações que exigem ações

“Em regra, esses atendimentos são feitos por médicos generalistas, que não são pediatras”, diz para explicar que o curso busca atender duas situações: o pediatra já formado há certo tempo e que precisa de atualização; e os médicos que trabalham em local que não tem pediatra. Com conteúdo teórico aprofundado e utilização de laboratório de alta tecnologia para a prática, o curso será desenvolvido com seis estações para trabalhar as seis situações graves mais comuns.

Os casos de urgências e emergências pediátricas mais frequentes são os de desconforto respiratório, anafilaxia, desidratação, suspeita de meningite, convulsão e Trauma Crânio Encefálico (TCE). “São as mais comuns das situações graves e que exigem ações do médico; não só prescrições”, afirma para dizer que cabe ao médico reverter o desconforto respiratório, que decorre da falta de ar da criança; e a anafilaxia, que é uma reação alérgica exacerbada.

Todo mundo faz tudo

Também reverter a desidratação da criança, que pode piorar e até morrer; realizar a punção de cólica na criança para ver se ela tem meningite; parar a convulsão, para evitar lesão cerebral definitiva; e ter que, eventualmente, instalar um acesso ventilatório avançado, ou seja: vai ter que intubar a criança que está com TCE ou eventualmente está com outra condição parecida; de acordo com a fala do Dr. José que explica como será o curso.

“Não é um curso observacional. É um curso onde todo mundo vai fazer tudo e sair dali sabendo manejar esses seis quadros”, conta e anuncia que o conteúdo teórico será remoto síncrono e ficará gravado para acesso a qualquer momento. As atividades práticas ocorrerão em seis estações e cada estudante passará por todas as etapas de treinamentos, com a utilização dos simulares avançados do Laboratório de Habilidades (LHabSim) e da Sala Betha do campus de Jaú.

Regiões de Jaú e Prudente

O curso é aberto regionalmente e não somente para a região de Jaú, onde o atendimento em cidades de médio porte os PAs não têm pediatra, sendo, então, pelo médico clínico que atende as crianças. Nesse aspecto, o coordenador cita, como exemplo, as cidades de Mineiros, Dois Córregos, Barra Bonita, Igaraçu do Tietê e Bariri; e da região de Presidente Prudente, cita Rancharia, Adamantina e Dracena.  “Todas as cidades não contam, em regra, com o médico pediatra de plantão; quem atende é o médico generalista”, reafirma.

Sobre os atendimentos em PAs e PSs, o Dr. José comenta que o perfil do médico que assume esse tipo de plantão, geralmente, é recém formado. “Acontece que nem sempre os cursos de medicina conseguem oferecer a competência para atendimento em urgência e emergência, principalmente em crianças. Hoje, são 367 cursos de medicina no Brasil e boa parte deles não consegue oferecer esse treinamento”, diz e afirma que a Unoeste oferece essa condição.

Pode mudar o destino

“Tanto é que essas estações são as que a gente faz em nossos cursos de regulação. Os nossos alunos talvez não tenham tanto interesse no curso porque já fizeram isso na Unoeste, tanto em Prudente quanto em Jaú e Guarujá. Mas, tem instituição que não oferece esse treinamento para nenhum de seus alunos”, no que está grande parte do público esperado no curso. “Esse público a gente quer capacitá-lo. Ensinar como fazer esses atendimentos. O que irá reverter, inclusive, na melhora do atendimento das crianças nas cidades”, estima.

Atualização e capacitação com treinamento que irá gerar atendimentos muito mais efetivos às crianças em condições nas quais o médico tem que agir rapidamente para não deixar sequelas. “Em alguns casos a criança nem sobrevive se não conseguir reverter a insuficiência respiratória, crise de asma grave, anafilaxia, desidratação, meningite e convulsão. São casos potencialmente fatais. Mas, se o  médico saber manejar, saber conduzir, vai reverter essa situação, mudar o destino da criança”, assegura.

Mudanças em dez anos

Com relação à atualização, o Dr. José de Oliveira explica que a literatura oferece novas evidências, sendo que o que há dez anos era tratado de uma forma, atualmente é de outra. Garante que os professores estão muito atualizados e que o curso será desenvolvido com metodologia ativa e inovadora, a partir das estações de simulações avançadas e treinamentos de habilidade rizon. “Farão o treinamento nas seis condições. Todo mundo vai acessar o acesso venoso intraósseo na perninha da criança; todo mundo vai coletar líquido; todo mundo vai fazer tudo”, explica.

São 36 vagas e a intenção é de que os 36 médicos saiam do treinamento sabendo conduzir os seis casos com segurança, sendo eles pediatras ou não. “Provavelmente quem vai ter muito interesse no curso é quem tem que resolver a situação quando o atendimento dá errado, ou seja: gestores em saúde nos hospitais e secretários municipais de saúde. Talvez essas instituições possam ter orçamento para custear a participação de seus médicos e diminuir os erros em atendimentos; até porque é muito mais barato que enfrentar um processo judicial”, pondera.

Informações do SUS

No oferecimento do curso, no site da Unoeste, são apresentados dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), os quais revelam que as emergências pediátricas representaram 17,6% de todas as internações hospitalares no Brasil e a maior prevalência ocorre na faixa etária de zero a 9 anos, com 43,4% dos casos.

Dentre as causas mais comuns de emergências pediátricas no Brasil estão as doenças respiratórias, as doenças infecciosas e fatores externos. São dados que evidenciam a importância do curso que tema a coordenação pedagógica do Dr. José (mestre e doutorando em educação) e a coordenação técnica e clínica do corpo docente formado pela Dra. Anna Carlota Mott Barrientos Brandi, Dra. Bruna Pultrini Aquilante,  Dra. Gabriella Ferrari de Paula de Freitas e Dr. Régis Cilia; todos pediatras.

Serviço

Mais informações e as inscrições podem ser feitas neste link.

Dra. Bruna, Dra. Gabriella, Dr. José, Dra. Anna e Dr. Régis: docência especializada (Foto: Cedida)


Legenda: Laboratório de alta tecnologia, com simuladores avançados para a prática de urgências e emergências
Créditos: Cedida
Legenda: Dra. Bruna, Dra. Gabriella, Dr. José, Dra. Anna e Dr. Régis: docência especializada
Créditos: Cedida