01/12/2020

Brucelose: produtor de leite deve se adequar à nova portaria

A partir de 2021 laticínios devem receber certificação negativa dos animais em relação à doença; Unoeste capacita veterinários para o procedimento

Foto: Gabriela Oliveira

Professor doutor Rogerio Giuffrida realizou treinamento prático nesta terça (1º) no Centro Zootécnico

 

No estado de São Paulo existem propriedades com ao menos um bovino ou bubalino diagnosticado com brucelose ou tuberculose. Em outras palavras, a prevalência para a primeira doença é maior ou igual a 10%; já para a segunda é maior ou igual 6%. “O Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) divulgou recentemente a classificação sanitária dos estados e estamos na categoria D. Precisamos identificar as ações de diagnóstico e saneamento para reduzir esses índices”, comenta a docente do curso de Medicina Veterinária da Unoeste, Dra. Adriana Falco de Brito.

Dentro desse cenário, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo (CDA) estabeleceu a Portaria de 19/04/2020, que traz prazos e procedimentos quanto à vacinação e aos exames ligados ao Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT). “Um dos destaques é que os produtores de leite deverão realizar exames anuais nas vacas e apresentar o resultado negativo ao laticínio a partir de junho de 2021”, diz a professora.

Explica que todo o processo de vacinação, exame e atestado é de competência do médico veterinário, o qual precisa estar cadastrado junto à CDA e habilitado pelo Mapa para a realização de diagnóstico de brucelose e tuberculose. “A Unoeste está entre as quatro instituições do estado de São Paulo reconhecidas para ministrar o Treinamento em Métodos de Diagnóstico e Controle da Brucelose e Tuberculose Animal e de Noções em Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis”, conta.

A graduação em Medicina Veterinária da universidade realiza até sexta-feira (4) essa capacitação. O primeiro grupo de profissionais foi treinado entre os dias 16 e 20 de novembro. Adriana, responsável pela ação, pontua que por conta da pandemia a iniciativa não foi realizada no primeiro semestre. “Disponibilizamos 20 vagas por turma e recebemos veterinários de várias cidades do país. Por meio dessa formação, apresentamos a padronização dos procedimentos e a habilitação do veterinário para fazer diagnóstico de tuberculose e brucelose em bovinos e bubalinos”, explica. Acrescenta que só quem passa pelo curso pode fazer o diagnóstico e coordenar as ações de saneamento.

A docente enfatiza que o PECEBT é de grande relevância, pois traz ações de controle que serão intensificadas com a nova portaria. “A intenção é garantir produtos de origem animal mais saudáveis na mesa do consumidor e agregar valor ao produto para os produtores”. Sobre a dinâmica do curso, ela comenta que os participantes tiveram aulas teóricas sobre as doenças e normas envolvidas. Já as aulas práticas são realizadas no Centro Zootécnico e no Hospital Veterinário.

Foto: Gabriela Oliveira

Cutímetro é instrumento preconizado para aferir a espessura da pele do animal antes da aplicação do antígeno

 

“Temos uma estrutura completa com animais e espaços para a realização dos procedimentos. Além disso, o Mapa acrescentou ao treinamento a técnica de remoção de material para envio a laboratório com objetivo de melhorar a vigilância da Encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como a Doença da Vaca Louca”, explica a docente.

Francisco Marcos Dias Thomazella veio de Sorocaba (SP). Conta que já trabalhou no campo, na Secretaria da Agricultura e como auditor fiscal do Mapa. Atualmente, é responsável técnico de alguns laticínios da região onde mora e também oferece assistência para proprietários. “A última vez que vim à Unoeste foi há mais de 30 anos, na formatura do meu irmão Paulo que também é veterinário. Para o meu trabalho é necessária essa atualização e, por isso, retornei a Prudente. Estou maravilhado com toda essa estrutura física da universidade, com o empenho dos professores e todo o cuidado com o campus”, conclui.

As veterinárias Nadine Alves, Marcella Bogatzky e Rubia Koch Bonin são amigas e vieram de Jaboticabal (SP). Lá, elas fazem residência em medicina veterinária preventiva na Unesp e escolheram o treinamento na Unoeste por indicação de um amigo que se formou aqui. “É a primeira vez que venho aqui e estou impressionada com o campus”, revela Rubia. “O curso está sendo incrível, inclusive a plataforma Aprender é muito bem organizada”, comenta Nadine. “É uma universidade muito completa e bem cuidada”, finaliza Marcella.

Novas turmas

Os veterinários interessados em realizar o “Treinamento em Métodos de Diagnóstico e Controle da Brucelose e Tuberculose Animal e de Noções em Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis” podem preencher o cadastro de interesse para as novas turmas no site da Unoeste.

 


Legenda: Professor doutor Rogerio Giuffrida realizou treinamento prático nesta terça (1º) no Centro Zootécnico
Créditos: Gabriela Oliveira
Legenda: Cutímetro é instrumento preconizado para aferir a espessura da pele do animal antes da aplicação do antígeno
Créditos: Gabriela Oliveira