Biomédico e médico retomam orientações sobre a Covid em live
Raphael Rangel e Alexandre Portelinha compartilharam seus conhecimentos sobre a doença em bate-papo com o público do Youtube, no canal da Unoeste
Foto: Erika Foglia
Médico e docente do curso de Medicina, Portelinha falou sobre “Cuidados de saúde durante e pós Covid-19”
De acordo com dados do Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi-SP) do Governo de São Paulo, Presidente Prudente apresentou um dos piores percentuais de isolamento social do estado no último fim de semana, apenas 44%. Caso o índice não chegue a 50%, o governador João Dória não irá flexibilizar a quarentena no município. Essas e outras informações sobre a pandemia da Covid-19 foram discutidas em duas lives no Youtube com o biomédico Raphael Rangel e com o médico infectologista Alexandre Portelinha na última terça (5) e quarta-feira (6), respectivamente, no canal da Unoeste na plataforma.
Rangel, que além de biomédico é professor universitário no Rio de Janeiro (RJ) e representante do Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região, abordou o tema “Covid-19: Situação Epidemiológica e perspectivas. Quais lições precisamos aprender?”. A live, que já ultrapassa as 300 visualizações, teve o objetivo de discutir todo o histórico da doença no mundo e orientar o público universitário e externo sobre os cuidados e consequências do não cumprimento das medidas de prevenção e isolamento social no Brasil.
O novo coronavírus, que chegou ao país em março deste ano, logo após o Carnaval, e que segundo Rangel possivelmente foi naquele feriado que o vírus adentrou no território brasileiro, tem se comportado de maneira diferente por aqui se comparado aos demais epicentros da doença como Itália e Estados Unidos. “Estamos temendo que o Brasil seja o novo epicentro do mundo, ou seja, o país com o maior número de casos, inclusive em relação a mortes. Durante todo Carnaval, em se tratando de medidas sanitárias, o país não implementou nenhuma em nenhum aeroporto. O Brasil tem o hábito de tratar do problema quando ele já está instaurado e não antes dele chegar. E agora, diante do cenário nacional, estamos sentindo o peso dessa falta de cuidado”, diz.
O biomédico salienta que o vírus tem tido outro tipo de comportamento por aqui, muito diferente de como foi na Europa, por exemplo, pois já tem começado a acometer pessoas mais jovens, sendo a maioria homens. De acordo com ele, são vários perfis epidemiológicos sendo analisados e houve inclusive certa mutação do vírus, porém, essa mutação não dá a ele uma virulência maior, ou seja, não confere a ele mais agressividade. “Somos o primeiro país tropical que a Covid-19 chegou, então estamos tentando entender como ele tem se comportado, mas já notamos que é diferente do que vimos até agora nos outros países”, observa.
Para Portelinha, médico e docente do curso de Medicina da Unoeste, que levou ao público do Youtube a live intitulada “Cuidados de saúde durante e Pós Covid-19”, assim como a situação do país é preocupante, especificamente em Presidente Prudente, ela também é de se analisar o comportamento da população, já que o índice de isolamento social do município tem se mostrado muito baixo em relação ao restante do estado.
“Dá a impressão de que as pessoas perderam o entendimento do que está acontecendo. O coronavírus se comporta de maneira diferente da influenza, por exemplo, já que cada indivíduo infectado pode transmitir para outras três pessoas, enquanto que outras gripes transmitem somente para uma. Já sabemos que o número de leitos disponíveis em hospitais não suportará a quantidade de doentes se esse número se multiplicar do jeito que vem acontecendo. Por enquanto, os casos estão baixos porque no início a população prudentina cumpriu muito bem o isolamento. Acontece que as pessoas não podem perder o medo, pois a consequência pode ficar ainda mais preocupante”, revela.
Ainda de acordo com o médico, o uso de máscaras, que a partir desta quinta-feira (7) é obrigatório, segundo decreto estadual, é essencial para prevenção de contágio e transmissão da Covid-19. Porém, mesmo que se usadas de maneira correta, elas não garantem imunidade, é preciso sim evitar aglomerações, continuar com o distanciamento social e com os hábitos de higiene das mãos de maneira rigorosa.
“Além disso, é interessante salientar a importância de uma boa noite de sono e uma boa alimentação neste período. Esses detalhes fazem bem ao nosso sistema imunológico. Sobre vitaminas, não há evidências e comprovações de que fazer uso delas favoreça a saúde. O ideal é garantir mesmo uma boa alimentação, pois dessa maneira a pessoa já está suprida de todas as vitaminas essenciais para o organismo. Outra recomendação importante são os exercícios físicos, pois com isso melhorará toda sua condição pulmonar, cardiovascular e consequentemente o sistema imunológico. São detalhes e dicas que podem fazer a diferença no combate ao vírus”, orienta.
As lives do biomédico Raphael Rangel e do médico Alexandre Portelinha podem ser conferidas na íntegra no canal da Unoeste no Youtube através da playlist “Em Casa com + Conteúdo!”.
