14/04/2023

Alunos são capacitados para análise de dados sobre a dengue

Além de universitários, Grupo de Vigilância Epidemiológica em parceira com Enfermagem Unoeste capacitou gestores de 24 municípios da região de Prudente

Capacitação prática de análise de dados sobre a dengue para alunos e gestores da Vigilância Epidemiológica (Foto: João Paulo Barbosa)

 

Nesta quinta-feira (13), o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE21) do estado de São Paulo, em parceria com a Unoeste, realizou o curso de capacitação prática “Ferramentas para Análise de Situação Epidemiológica Local e Atual de Transmissão da Dengue”. Além dos integrantes das equipes de Vigilância Epidemiológicas de 24 cidades da região, que atendem um público de aproximadamente 748 mil pessoas, alunos do curso de Enfermagem da universidade também participaram da atividade. De acordo com a diretora do GVE21, Ana Paula Lagisck, a região de Prudente representa 33% do total dos casos de dengue no estado, motivo que justifica o treinamento para os profissionais que atuam nessa frente.

Só na cidade, já foram confirmados até agora quase 8 mil casos de dengue – eram 7.924 até o dia 10 de abril. E para se ter uma ideia da gravidade, cada centro de apoio à dengue tem realizado, em média, mais de 230 atendimento/dia. Daí a importância desse tipo de capacitação. “Explicamos, através de uma ferramenta, como as equipes podem tabular os dados, como o município vai se preparar e vai enxergar quando a sua situação epidemiológica estiver crítica, fazendo então ações de combate à dengue de acordo com a sua classificação. Existem municípios que estão numa situação tranquila, outras numa situação intermediária e tem aqueles municípios que já estão numa situação vermelha, que é a mais crítica. Então, com esse conhecimento as equipes vão conseguir fazer ações de combate de acordo com a fase que estão”.

Graduada em Enfermagem pela Unoeste, Ana Paula atua no grupo de vigilância e explica o papel do enfermeiro na equipe. “Antigamente as formações eram muito na base hospitalar. Agora, as formações, inclusive da Unoeste, também são voltadas para a atenção básica e para essa tecnologia de vigilância epidemiológica, para essa ciência. É uma grande área em que os enfermeiros estão sendo capacitados, para que consigam atuar em várias frentes”.

O biólogo Leandro Tarosso que compõe a equipe do GVE em Presidente Prudente fala que a parceria com a universidade possibilita ampliar os conhecimentos. “A capacitação busca habilitar essas pessoas para entender os dados, entender as suas realidades dentro de cada um desses municípios. A colaboração do curso de Enfermagem da Unoeste é muito frutífera para essa ação e outros desdobramentos, como dar espaço para os alunos atuarem em ambientes onde a prática da profissão está ocorrendo e promover a interação dos profissionais com os alunos. Acaba sendo também uma verdadeira troca de experiência”.

Formação ampliada 

Lara Luche Chweszczuk e Lívia Ferreira Lima são alunas do 7º termo de Enfermagem e participaram da capacitação. Para Lara o momento foi de extrema importância para entender a realidade da região. “A capacitação dada pela Vigilância Epidemiológica é importante para minha formação profissional. Foram apresentados assuntos e tabulações que contribuem para entendermos um pouco mais e assim analisar os dados e quantidade dos casos de dengue na cidade e região”.

Lívia destaca a importância do conhecimento para a futura atuação profissional. “Foi um momento de grande valia para nós estudantes, pois logo seremos a equipe que estará frente ao combate. Precisamos ter o conhecimento sobre tabulação de dados para reconhecer a situação epidemiológica do município em que trabalharemos para assim ofertar um cuidado eficaz e integral, sendo resolutivo inclusive”, pontua.

A Dra. Larissa Sapucaia Ferreira Esteves, coordenadora do curso de Enfermagem da Unoeste, salienta essa importância do envolvimento dos alunos na capacitação. “Em virtude da epidemia de dengue e atual situação dos sistema de saúde de Prudente e região o GVE21 solicitou a parceria com a universidade para ajudar na promoção de um curso que capacitasse os gestores de vigilância na análise e processamento dos dados. Nós então entramos com a parceria para aproximar os alunos dessa discussão. É fundamental que eles adquiram esse conhecimento já que no futuro estarão na ponta para atuarem. E nesse momento eles também podem contribuir com um olhar diferente de quem já está atuando, por exemplo”, conclui.


Legenda: Capacitação prática de análise de dados sobre a dengue para alunos e gestores da Vigilância Epidemiológica
Créditos: João Paulo Barbosa